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Dois vinhos

  • 22 de Setembro, 2024
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Créditos/Fonte: Um conto erótico de Bicurious

Casa nova, vida nova. Por motivos diversos, me mudei para um apartamento e fui morar sozinho. Ficava num prédio de três andares, com comércio no térreo e, nos dois andares de cima, apartamentos residenciais. Recém-chegado, fui me inteirar e explorar a região, andando e conhecendo tudo que as proximidades me ofereciam em termos de serviços pra minha comodidade e nova rotina. Também fiz questão de me apresentar a alguns vizinhos. Não todos. Os que eu via que tinham uma cara mais simpática ou que parecessem morar ali há mais tempo, eu cumprimentava e fazia algumas poucas perguntas, praticando a “boa vizinhança”, tentando criar algum tipo de relação.

Eu sempre fui assim. Aberto, bom de papo, simpático e sempre me dei bem com muita gente. Conheci muitas pessoas sendo desse jeito. Uma coisa que eu sempre fazia questão era me mostrar proativo e receptivo mas, se o outro não correspondesse – fechando a cara ou simplesmente sendo antipático – eu passava a ignorá-lo, ou melhor, não fazia mais questão de cumprimentar, não dava mais aquele primeiro passo na abordagem. Ficava reativo: se falar comigo, eu respondo. Se não, eu também não.

Nas primeiras semanas nesse novo endereço, muitas vezes via um cara embaixo do prédio, na área comercial, todo playboyzinho, metido a fortinho, sempre falando ao celular e, de vez em quando, fumando cigarro mentolado. Ele era um cara bem gostoso, só usava roupa de academia, deixando os músculos à mostra. Mais novo que eu, mais alto, mais forte, com a barba curta e bem aparada, sem pelos nas pernas e, ao que parecia, sem pelos no peito também – obviamente ele se depilava. Eu não sabia se ele tinha uma loja ali ou se era mais um morador do prédio e me intrigava o fato de eu nunca ter trocado olhares com ele, para cumprimentá-lo (e óbvio, trocar olhares com um gostoso e, quem sabe, receber um sorriso de volta), pois ele estava sempre ao celular, concentrado, olhando meio que pro nada. Começava a achá-lo meio babaca, meio “não tô aí pra ninguém”. Eu já começava a passar reto por ele, sem fazer menção de cumprimentá-lo, por mais que o visse ali por inúmeras vezes.

Mais de um mês na nova casa, saio pra descer com o lixo. Ao chegar na escada, antes de descer o primeiro degrau, vejo ele subindo. Suspiro ao ver, mais uma vez, aqueles braços fortes e peitoral alargado vindo em minha direção. Como a escada era estreita, decidi esperá-lo pra não passar com o lixo esbarrando nele. Ele olha pra cima, me vê e continua sério, subindo. Eu respondo dando um passo pro lado, como quem dá licença, ainda esperando ele terminar de subir. Uma disfarçada e, ao ficarmos mais próximos, nos olhamos novamente.

– “Olá! Bom dia!”, digo eu, sério mas com um leve sorriso, simpático.

– “Bom dia, tudo bem!?”, responde ele, abrindo um largo sorriso.

Que tesão de sorriso, que tesão de homem. Quando passou por mim, agradeceu a passagem e seguiu. A escada já estava livre pra eu descer, mas fiquei empacado (ou seria impactado?) com aquele primeiro contato entre nós.

– “Ele mora aqui? Qual será o apartamento?”, pensei, meio ofegante.

A curiosidade bateu mais forte. Fingi estar atrapalhado com o lixo, larguei no chão e peguei de volta, como se estivesse ajeitando melhor as mãos para levá-lo. Só pra ganhar um tempo e descobrir em que porta ele entraria. Bom, aquele pedaço de bom caminho, vestindo um short bem curtinho e camisa regata que revelavam boa parte de seu corpo, morava a duas portas da minha. Segui meu caminho, mas minha cabeça tinha ficado ali, ao pé da escada.

Fui correr num parque próximo e aquele cara não saía da minha cabeça. Conforme a adrenalina e a endorfina eram liberadas no meu corpo, meus pensamentos saíram de um simples “como vou abordá-lo, trocar ideia?” para pensamentos mais invasivos, intrusivos e complexos como imaginá-lo sem aquele short, de como seria a bunda dele, o pau dele e até em como ele faria um sexo gostoso. Corri de pau duro na maior parte do tempo naquele dia. Como um breve encontro mexe com a nossa cabeça, né!? Cheguei em casa e, ainda suado, bati uma punheta gostosa pensando nele. Imaginei ele me comendo de pé, de quatro… com os músculos tensionados fazendo força dentro de mim. Gozei muito e entrei pro banho. O estrago estava feito: ele habitaria minhas fantasias daquele dia em diante.

[Aos leitores de primeira viagem: pra quem não sabe ou não acompanhou, sugiro ler meus contos anteriores, em especial o primeiro – não são muitos – pra conhecer melhor meus jeitos, minhas fantasias, meu corpo, meus desejos e aventuras que realizei. Mas nada que atrapalhe você de seguir aqui lendo essa história]

Por volta de um mês depois, já tendo visto e cumprimentado ele algumas vezes, sempre mais ou menos do mesmo jeito, um bom dia pra cá, um tudo bem pra lá, alguns sorrisos e olhares disfarçados, nos encontramos saindo de nossos apartamentos praticamente sincronizados. E, de novo, enquanto trancávamos a porta, nos olhamos e nos cumprimentamos rapidamente.

– “Deixa eu te perguntar, você mora aqui há quanto tempo?”, perguntei.

– “Faz uns 5 anos.”, responde ele, simpaticamente.

– “Você sabe quem é o síndico aqui? A pressão da água diminuiu muito. No teu apartamento também?”, indago, passando o olhar pelo corpo dele rapidamente.

– “Eu sou o síndico!”, responde ele, ao que meu olhar sobe e volta subitamente de encontro ao dele.

– “A gente tá com problema na pressão mesmo, mas já vai normalizar.”, continua ele.

Nesse momento, percebi duas coisas: a primeira, que ele era gay. A segunda, que ele tentava disfarçar. Como que o meu radar não tinha percebido isso antes!?

Agradeci a informação e descemos juntos. Deixei ele ir na frente pra continuar olhando pro corpo dele, desejando e fazendo aumentar meu tesão nele, agora de costas, mostrando a panturrilha que se contraía a cada degrau, os ombros largos e a bundinha bem malhada e gostosa. Chegando no térreo, ele se vira pra mim e pergunta:

– “Você não está no grupo do condomínio, né!?

– “Não.”, respondo, pensando “que diacho de grupo é esse!?”.

– “Me passa teu telefone, vou te adicionar. Tenho feito esses avisos por lá!”, diz ele.

Ele me manda uma mensagem pra confirmar a troca de números, eu agradeço e seguimos cada um pro seu lado.

A essa altura da minha vida, eu já tinha me relacionado com outros homens, tendo sido ativo e – o que sempre preferi – passivo. Mas, mesmo assim, não virei uma putinha, caçador de pau, não ia atrás dos caras, não paquerava (muito) nem dava em cima de ninguém. Como bissexual não assumido, sempre me mantive na minha, escondendo muito bem minhas fantasias que, tardiamente mas felizmente, consegui realizar algumas. Só que, com ele, eu queria muito dar mole, dar em cima. Mas teria que ser certeiro, tinha que dar certo. Tomar um fora de uma mulher é normal, a vida do hétero segue fácil. Mas, pra mim, tomar fora de um homem seria ter meu mundo revelado e, pior, não consumado. Estaria exposto logo a um vizinho. Pensei então em dar brechas pra ele se aproximar, pra ele querer e pra ele se expor. Não tinha medo de me apaixonar por ele. Nunca aconteceu antes, pelo menos. Sempre foi físico, carnal, sexual. E ele despertava isso em mim por que ele era muito gostoso, corpo todo definido, malhado, forte, maior que eu, coxas grossas, uma bunda linda que preenchia aqueles shorts curtos que ele usava, além de uma postura de quem gostava muito de sexo. Pra mim ele tinha cheiro de sexo.

Passei uns dias sem vê-lo. Fisicamente, por que, na minha imaginação ele tinha me visitado algumas vezes. E, se antes era eu que rebolava no pau dele, com essa “nova informação”, passou a ser ele rebolando no meu.

– “Oi Rafael! Jorge do 207 aqui. Tudo bem? Acho que a lâmpada do corredor na frente do meu apartamento queimou. Se não estivesse com o celular, eu ia ficar perdido, tateando as portas até achar a minha. Tem como ver isso?”, enviei uma mensagem pra ele.

– “Oi Jorge! Não tava sabendo. Vou ver isso, sim.”, responde ele.

– “Ah, e pode me chamar de Rafa!”, ele continua.

Ahh os apelidos, a intimidade… o nome encurtou, mas o tesão cresceu!

– “Oi Rafa, desculpa incomodar, […]”, mandei pra ele uma, duas, três ou mais vezes durante um período de uns dois meses, sempre procurando uma brecha pra uma conversa com ele. Todas as mensagens eram relacionadas ao funcionamento e convívio no prédio, não eram sem razão. Vez ou outra eu enviava pelo grupo, mas normalmente era diretamente pra ele. Gostava quando ele me respondia, quase sempre prontamente. Gostava de ver a foto dele no whatsapp, que ele trocava com frequência, na maioria das vezes sem camisa, se mostrando.

Comecei a perceber que ele dava uma certa bola pra mim. Sempre parava pra falar comigo. Quando eu passava, se ele estivesse falando com alguém, ele parava de falar e me esperava pra me cumprimentar, sorridente, me olhando, me percebendo por inteiro. Mas eu não sabia como ia desenvolver aquilo sem me expor.

Já fazia uns seis meses que eu tinha me mudado quando, na manhã de uma sexta-feira, ao preparar o café, noto que não tem água. Nem na torneira, nem na pia, no chuveiro…

– “Porra!”, gritei mentalmente, apesar de achar que soltei isso verbalmente enquanto encarava o registro aberto e a torneira seca.

Como era um caráter de urgência (sim, sem água pro café é urgência!), saí do meu apartamento e bati na porta do Rafa. Demorou um pouco, bati de novo. Ele abre a porta.

Eu estava puto, indignado e preocupado com a situação. Não pensei em nada sexual, não me “arrumei” pra bater na porta dele. Inclusive, eu devia estar esteticamente bem esquisito naquele momento. Imagina, nem lavar o rosto eu tinha conseguido.

A porta se abre e ele põe só a cabeça pra fora (calma, a cabeça de cima! hehe).

– “Desculpa bater tão cedo, não tem água no prédio?”, pergunto eu, seco (como a minha torneira), ríspido e preocupado.

– “Não tem problema, eu já estava acordado. Ué, aqui eu acho que tem.”, responde ele.

– “Ali em casa, não!”, eu continuo.

– “Peraí!”, diz ele, indo pra dentro de seu apartamento e deixando a porta entreaberta.

Ali eu entendi por que ele tinha colocado só a cabeça pra fora, escondendo o corpo. Pude ver pela fresta (bendita fresta!) que, ao ir até o banheiro verificar a água, ele estava vestindo só uma cueca bem justinha, apertada e pequena demais pra aquele corpo grande e gostoso. Essa visão me quebrou as pernas. Ou melhor, amoleceu. Minha cabeça já foi pra outros lugares que não eram mais o café da manhã.

Ele volta não menos despido, com um short bem curto. Mas meu tesão já tinha sido atiçado.

– “Aqui tem água!”, diz ele.

Fiquei paralisado olhando o corpo dele. Com certeza ele notou. Minha respiração aumentou o ritmo de tal modo que parecia que eu tinha acabado de correr, mas eu estava só ali, parado, estático, conversando com ele. Não conseguia me recompor.

– “Será que não é na sua caixa d’água?”, pergunta ele.

– “Não sei… será!?”, respondo, sem saber, sem pensar, quase sem respirar diante daqueles músculos e a barriga trincada dele.

– “A gente pode subir e ver.”, ele propõe.

– “Ué, se for esse o caso, vamos!”, respondo.

Descobrimos que o registro estava fechado na minha unidade, talvez devido aos consertos que faziam na laje. Abrimos e a água voltou a fluir na caixa d’água.

– “Se quiser, pega água aqui pra fazer teu café.”, diz ele, já de volta aos apartamentos.

– “Po, ia ser massa. Mas tenho que esperar a caixa encher pra tomar banho.”, respondo, sem segundas intenções.

Ele dá uma pausa, me olha de cima a baixo, pensa um pouco e diz:

– “Se quiser, pode tomar banho aqui.”

Depois de algumas caretas e indecisões, ele insiste e diz que não tem problema. E, enquanto pego minhas roupas pra ir ao apartamento dele tomar banho, minha cabeça começa a imaginar milhares de situações, daquelas que a gente lê em contos por aqui: “vou deixar a porta entreaberta”, “ele vai entrar no banheiro durante o meu banho”, “vou sair só de toalha”, entre tantos outros pensamentos, meu pau fica louco de tesão.

Mas nada disso aconteceu. Não deixei a porta entreaberta, ele não entrou nem eu saí só de toalha. Resguardado entrei, resguardado saí. Ou quase. Durante o banho decidi que ia sair sem camisa. Assim o fiz. Saí do banheiro de calça social, sapato, sem camisa e cabelo molhado. Ele ainda de shortinho, sentado no sofá da sala, me olhou como se me comesse com os olhos.

– “Você usa todos esses produtos? Eu não tenho nem um quinto do que você tem!”, digo eu, me referindo aos cremes, sabonetes, shampoos e outros itens que ele guardava no banheiro.

– “Ah, eu gosto de usar.”, ele responde, como se fizesse um charme.

– “Vc tem uma pele bem cuidada mesmo. Lisinha, né!?”, meu deus! o que eu estava falando!?

Ele ri.

– “Não tenho nem como agradecer! Salvou! Vou te pagar um vinho um dia desses como agradecimento!”, eu digo, ainda meio sem acreditar nas palavras que saíam da minha boca, com certeza, pelo tesão que estava sentindo em estar ali de frente com ele, um cara gostoso pra caralho e seminu.

– “Olha, até que não é má ideia!”, diz ele, rindo.

– “Se quiser trazer amanhã… vou reunir um pessoal aqui. Se vier com o vinho, tá convidado!”, continua ele, rindo ainda mais, me provocando.

– “Será!? É festinha?”, pergunto eu, indo de uma curta euforia com “vou tomar vinho com ele” para um leve desapontamento com o “ah, vai ter mais gente”.

– “Só uns amigos, nada demais. Mas a gente curte vinho. Todo mundo vai trazer. Aí você falou no vinho, eu lembrei. Se quiser, fica à vontade, será bem-vindo.”, completa ele.

Respondi que ia ver e avisava. A real foi que passei o dia todo pensando naquilo. Não queria perder a oportunidade de ter uma intimidade a mais com ele. Poderia ser uma abertura, um começo, uma faísca… resolvi arriscar e, na manhã do dia seguinte, no sábado, mandei mensagem pra ele confirmando a minha ida. Ele se mostrou animado e respondeu com um “isso! vem mesmo!”. Completou com uns “o pessoal é legal”, “eles vão gostar de você também”, “qualquer coisa você mora do lado, pode ir embora, sem compromisso”… e assim comecei a me preparar pra tal festinha.

Me masturbei muito no banho pensando no Rafa. Pensando em diversas situações que nunca iriam acontecer naquele dia, por que minha fantasia era só eu e ele. Não estava inserida num contexto ‘festinha’, apesar de, numa dessas fantasias, ter imaginado nós dois no quarto enquanto a festa rolava. Aparei a barba, passei perfume, coloquei uma roupa que ressaltava meu corpo e, principalmente, minha bundinha. Não sabia o que viria, mas queria estar pronto. Mas, mais do que pronto, eu queria chamar a atenção dele.

Fiquei na dúvida se eu ia antes dos outros chegarem ou só depois. Ficar a sós com ele enquanto os convidados iam chegando ou chegar como um completo estranho no ninho? Esse era meu dilema pouco antes de decidir chegar um pouco mais tarde. Aproveitei da proximidade das nossas portas e esperei, pelo barulho que faziam, pra chegar num momento em que já haviam chegado alguns convidados. Apesar de todo esse tesão envolvido, não criei expectativas quanto a ele nesse dia, mas queria que fosse “um começo de algo que poderia vir a ser”. Respirei fundo, abri a porta e fui.

Antes de bater na porta, já se ouvia o “bate-estaca” de música eletrônica. Não era muito do meu gosto, mas não voltaria atrás. E também não fui pra criticar a música. Bati mais de uma vez, eu com os meus dois vinhos. A porta se abre e um completo desconhecido se revela.

– “E aí! Você deve ser o Jorge, né!? Entra aí!”, diz aquele cara, animadíssimo, afeminado, com roupas justas e brilhosas.

Entrei e me senti totalmente observado por todas as pessoas que estavam ali. Meus olhos só procuravam o Rafa, como forma de me sentir mais seguro naquele ambiente, que não era hostil, mas que, num primeiro instante, me deixou desconfortável. Só tinham homens nessa festa. Num rápido escaneamento do ambiente, era fácil perceber que todos eram gays. Com os mais variados corpos, tinham uns bem magrinhos, outros mais baixinhos, alguns bem gostosinhos… enfim, tinha de tudo! Pra variar, toda vez que estou nesses ambientes, talvez por tentar manter uma postura de hétero, me sinto comido com os olhos. Não só estava num ambiente novo, mas eu era o novo ali.

Enquanto tentava disfarçar o “incômodo” (era mais uma inquietação sobre como reagir nessas situações), o Rafa aparece, vindo pelo corredor, com o sorriso largo no rosto. Ele sim, era o mais gostoso naquele apartamento.

– “Aeee chegou! Que legal! Deixa eu te apresentar o pessoal!”, disse ele, com a mão no meu ombro, correndo pelo meu braço.

– “Gente, esse aqui é o Jorge, meu vizinho!”, ele grita, superando o som da música, chamando a atenção de todos.

Um “oi, Jorge” se fez quase uníssono entre muitos olhares curiosos. Respondi com um “oi” geral e nos encaminhamos a guardar os vinhos, apontar as comidas, o banheiro, a água e todas as diretrizes necessárias para que eu me sentisse à vontade por ali.

Em menos de uma hora, percebi que não havia grupinhos. Todos na sala falavam com todos. Talvez pelo espaço reduzido, mas demonstravam intimidade entre eles. Parecia que todos já se conheciam. Não havia ninguém novo ali. Exceto eu. Acho que, por isso, muitas perguntas eram voltadas à mim. “O que fez?”, “O que faz?”, “De onde veio?, “Pra onde vai?”, “Fala mais de você!”… essas coisas. Não me senti acuado nem desconfortável. Estava tudo indo muito bem, ao passo que ia percebendo as particularidades de um e de outro. Uns mais afeminados, outros menos, mas todos, sem exceção, eram notoriamente gays. E eu ali, me mantendo como o “vizinho hétero”. Era o que eu pensava, né!?

Num dado momento, me levanto e vou até a cozinha servir mais um pouco de vinho. Um dos que estavam ao meu lado no sofá, se levanta e me acompanha.

– “E aí, você já ficou com outros caras? Já teve alguma relação? Você é bi, você é o quê!?”, pergunta ele, sem pudor algum.

Me assustei com a pergunta incisiva e travei. Engulo seco, apesar do vinho.

– “Meu deus! Estou dando muito na cara?”, pensei, ainda travado, sem responder.

– “Que isso, cara!”, respondo, tentando ganhar tempo e fôlego.

– “Ah para, né! Nenhum hétero hétero ia ficar tão à vontade como você está aqui entre a gente. Aqui só tem viado, deu pra ver né!? E você tá aí, de boa com todo mundo! No mínimo, enrustido você é! Não é possível!”, disse ele, na lata.

Ao que eu fico sem palavras, ele continua:

“Hmmmm, você tem cara de passivo. Apesar de que, olhando assim de fora, você daria um belo de um ativo!”, ele me provoca.

Sempre me mantive no “anonimato”, sempre disfarcei muito bem meu interesse por homens. E todas as vezes que estive com um, nunca foi publicamente. Eram no fim da noite, longe de amigos, sem despertar nenhuma dúvida. Nunca estive num ambiente em que todos percebiam que eu estava com outro homem. Sempre foi às escondidas, num mundo privado. Nunca público, por mais que fossem duas, três, cinco ou dez pessoas. Nunca me deixei revelar assim. Mas ali, mesmo com um desconhecido, me senti à vontade, talvez por sermos só nós dois e, mesmo contido, revelei:

– “Já”.

Minha cabeça foi a mil, não sabia o que seria dali pra frente. Não sabia se ele iria pular em cima de mim, se ia tentar me beijar ou se ia contar pra todo mundo. Gelei.

– “Sabia!”, diz ele.

– “Mas você foi passivo ou ativo? Você dá um belo de um ativo, hein!”, completa ele, olhando diretamente pro meu pau.

Fico sem responder, fazendo cara de quem está incomodado com a situação (e realmente estava!).

– “Tá bom, não vou insistir!”, diz ele, saindo com o vinho na mão.

Não tinha outro lugar pra sentar, senão ao lado dele de novo. Respirei fundo mais uma vez e fui. O tempo foi passando, minha cabeça girando (não pelo vinho)… me senti violado, com meu segredo revelado. Mas ele parecia não ter contado pra ninguém, tudo continuava normalmente igual. Achei que ele se insinuaria pra mim, mas não aconteceu. Me senti mais aliviado, inclusive, com os nossos papos que não levavam ao sexo ou à revelação da minha intimidade. E, por mais que tivessem uns caras ali que poderiam me interessar, eu não faria nada que me expusesse, até por que estava no meu prédio, com os vizinhos ali ao lado, prontos para ver meus desejos e fantasias como se fossem sensores de movimento.

Os papos que rolavam entre todos ali não tinham nenhum contexto sexual, eram assuntos diversos, bem tranquilos por sinal. O que me deixou mais à vontade. E mais enturmado. Não fiquei calado por constrangimento em momento algum, mesmo recebendo olhares provocadores daquele que me fez revelar minha intimidade alguns minutos antes.

Já passava da uma hora da manhã, fui ao banheiro. Ao notar que estava ocupado, esperei em frente a porta. Quem sai é o Rafa, ao que me olha e diz:

– “Eita! Não tava olhando pela fechadura não, né!?”, numa gargalhada gostosa.

Ao pensar que poderia e teria sido uma cena maravilhosa, respondo:

– “Até parece! Por que eu faria isso?”, faço uma cara de desinteressado, mas que tinha muito interesse nele.

– “Vem cá!”, diz ele, me puxando pela mão.

Ele me puxa até o quarto dele e, nós dois na porta ele diz:

– “Duas pessoas aqui vieram me perguntar de você. Te acharam lindo e tão loucos pra ficar contigo!”, exclama ele.

– “Como assim?”, pergunto eu.

– “Ué, me perguntaram se você fica com homens e eu não soube responder. Fiquei de descobrir e dar a resposta.”, ele diz.

Fiquei sem chão, não sabia se me excitava ou se corria, se me explicava ou me calava… sei que tremi diante daquele homem delicioso na minha frente.

– “Não cara, nada a ver!”, respondo, meio sem jeito.

– “Nada a ver o que?”, insiste ele, aproximando seu rosto do meu.

Num misto de tesão e medo eu respondo:

– “O pessoal é massa, não tô aqui pra ficar com ninguém!”, gaguejo, me revelando.

– “Mas não é o pessoal que quer ficar com você! São pessoas bem particulares.”, diz ele.

Nessa hora a gente estava a centímetros um do outro. Ele me indagando, eu pressionado contra a parede.

– “Não tem ninguém aqui que te interessa?” Olha que, se você falar, vários se levantam!”, diz ele, colocando a mão no meu ombro.

Ainda pressionado e sem escape, faço um “não” contido com a cabeça baixa, como quem diz “melhor não” ou “não quero falar nada”.

– “Ei!”, ele pega na ponta do meu queixo e levanta minha cabeça olhando nos meus olhos.

– “Fica tranquilo! O Tuca me contou que você já ficou com outros caras. Só vim aqui te dizer pra ficar à vontade. Não precisa ficar com receio de nada, tá!?”, completa ele.

Meu coração disparou! Me senti traído, enredado num golpe. Senti medo, raiva, vergonha, tristeza e tantas outras coisas que não caberiam em palavras. Não tive vontade de chorar, talvez pela indignação da “fofoca” ter sido maior.

– “Porra, vocês são foda, hein!?”, falei com a voz embargada.

Ele me olha com uma cara de “você queria o quê?”, mas com algum entendimento pelo que eu estava passando. Tinha um certo pedido de desculpas no olhar dele.

– “Tá bom, vou te deixar à vontade. Melhor, vou te deixar livre! Não quer nem saber quem perguntou de você? Tem certeza?”, pergunta ele.

A complacência dele me deixou mais calmo. Já conseguia olhar pra ele e sentir tesão de novo. E não foi pouco. A gente, que tinha trocado tão pouca ideia nos meses anteriores, estava ali tão próximos e tão íntimos, com assuntos que não tenho com ninguém, senão comigo mesmo. Respirei fundo e não consegui voltar à respiração normal. Fiquei ofegante, querendo me entregar pra ele e dizer todo o tesão que ele me causava.

– “A gente vai voltar e vai continuar tudo normal, relaxa, tá!?”, diz ele, se virando pra voltar pra sala.

Eu parecia estar pisando no único metro quadrado de chão naquele lugar. O resto era buraco. Não ia conseguir sair dali. Não havia chão pra mim.

Ao que ele esboça se virar pra fora do quarto, voltando pra festa, talvez por um ato de desespero (ok, o tesão estava junto. E a coragem… que eu não sei de onde veio), pego na mão dele e o puxo em minha direção.

– “Ei! Obrigado!”, eu digo, abrindo meus braços pra receber os dele.

Ele retribui sem hesitar. Nos abraçamos, com meus dois braços por cima e os dele na minha cintura. Coloco a cabeça nos ombros dele como se precisasse de um consolo, naquele abraço que ia ficando cada vez mais apertado. Amoleci as pernas enquanto meu pau foi ficando duro. Botei uma mão na nuca dele, como se fizesse um carinho.

– “Você é muito massa, cara! Só posso te agradecer!”, digo eu, perto do ouvido dele.

Acho que ele percebeu muito bem a situação em que estávamos. Das mãos na cintura, passou os braços pelas minhas costas, me envolvendo num abraço com muito mais contato, me apertando e juntando ainda mais os nossos corpos.

Colocou o nariz no meu pescoço e respirou fundo, puxando todo o ar e a minha essência. Eu soltei todo o ar e minha imaginação. Da nuca, minha mão agora passava pelas suas costas. Com a outra, o mantinha próximo a mim. Acho que era até desnecessária, pois ele me abraçava forte. Uma virada de cabeça em direção a ele e nossos rostos se esfregaram até nossas bocas se encontrarem.

Um beijo molhado, macio, com algumas “bitocas” antes de nos entregarmos aos prazeres de termos nossas bocas invadidas pela língua do outro, dançando, brincando, provocando, explorando, brigando por espaço, mas não menos respeitosas.

Naquele famoso “quem me conhece, sabe”, me entreguei por inteiro. Minhas mãos percorriam todos aqueles músculos por baixo da camisa dele. Músculos que me tiravam a concentração, a respiração e jatos de prazer. Foram eles que me levaram até ali, numa saga erótica, tramada pelo meu tesão. Ele não ficava atrás, também esfregava as mãos em mim. Me sentia, e queria me sentir cada vez mais, dominado. Passei a pegar, apertar e esfregar minhas mãos na bunda dele. Que delícia de homem.

Eu já tinha ficado com homens ativos, outros passivos. Mas os homens mais gostosos que eu tinha ficado eram todos ativos, não eram muito de deixar eu brincar com a bundinha deles. O Rafa deixou. Então, pra mim, era como se fosse uma primeira vez. Pegava com gosto, passava a mão, forçando meu dedo no cuzinho dele, mesmo por cima da calça, o que fazia ele se aproximar ainda mais de mim. A recíproca dele foi passar a mão e apertar meu pau, também por cima da calça. As coisas foram escalando e se (in)tensionando.

Eu não estava acreditando naquilo! Meu objeto de desejo estava nas minhas mãos, se esfregando em mim, pegando no meu pau, me beijando loucamente.

Viro ele de costas e, quase na ponta dos pés, esfrego meu pau na bundinha dele. Ele solta um gemido e dá uma empinadinha, aumentando a fricção e o tesão. Vou com as mãos em direção ao botão da calça, sem deixar de passar pelo pau dele, duríssimo. Vai botão, vai zíper, eu abaixo a calça dele e, na sequencia, abaixo a minha. Dois panos finos das nossas cuecas nos separam do contato pele-a-pele.

– “Ei! Calma!”, diz ele, gemendo.

– “Foda-se!”, eu respondo, também gemendo.

– “A porta tá aberta!”, diz ele, esticando a mão para fechá-la.

Eu me adianto e bato a porta. Aproveito e passo a chave, nos trancando e nos isolando de qualquer inconveniência. Ele se afasta de mim, acende um abajur e apaga a luz do quarto, enquanto caminha na minha direção, sorrindo bem safado, quase rebolando.

– “Fazia tempo que eu queria isso!”, diz ele, me abraçando.

– “Como assim?”, respondo, querendo ouvir mais daquele tesudo.

– “A gente assim, juntos, na minha cama…”, diz ele, já com o rosto colado no meu.

Não tinha como o pau não ficar mais duro nessa hora.

– “A gente nem tá na cama.”, brinco eu.

– “Você já tinha pensado nisso? Já pensou em mim assim, com você?”, pergunta ele.

Hesito na resposta. Mesmo ali nos pegando, nos esfregando, ainda pensava em manter um ar de “não, não… é só uma coisa do momento”. Mas não resisto.

– “Te acho um tesão desde sempre! Não achei que ia rolar, mas tenho um tesão absurdo em você!”, respondi, passando minhas mãos pelo peito dele, descendo pela barriga, chegando na cintura e agarrando-o.

Ele me puxa pra cama, nos despimos (quase) por completo, ficando só de cueca. Agora, nossos corpos entrelaçados, se tocando, nos beijando freneticamente, nossas mãos explorando cada centímetro um do outro, eu não poderia estar mais entregue. Com aquele corpo gostoso, não poderia pensar em outra coisa, só procurava o pau dele. E ele o meu.

Acho que nessa hora estávamos decidindo quem seria o passivo. No fundo, eu sabia que eu teria que ser o ativo ali. Mas eu queria muito senti-lo dentro de mim.

Ele “se adiantou” e desceu até o meu pau. Começou a me chupar loucamente, ficou de quatro na cama, enquanto eu estava deitado. Rebolava e gemia, se satisfazendo com meu pau na boca, feito uma putinha, elogiando “como ele está duro! Que tesão!”.

Uma chupada gostosa, com vontade. O melhor era ver aquele corpo másculo se contorcendo engatado em mim pela boca, me dando cada vez mais prazer.

– “Brinca com ele”, digo eu, elevando meu corpo, deixando meu cuzinho livre.

– “Ai, que delícia!”, responde ele que, de imediato, lambe os dedos e começa a brincar com meu cuzinho.

Nas minhas primeiras reboladas na ponta do dedo dele, ele diz:

– “Não goza rápido, ainda quero muito de você!”.

– “Então vem!”, respondo, puxando ele pra cima de mim, com medo de, sim, gozar rápido.

Ele sobe em cima de mim e senta com gosto no meu pau. O safado já estava com o cuzinho alargado, entrou fácil. Entre quicadas e esfregadas, ele se deitava sobre mim e me dava beijos apaixonados, como se fôssemos amantes. Que tesão do caralho! Eu só conseguia apreciar o movimento daquele cara musculoso, de pau duro, quicando em mim, tendo e me dando prazer, passando as mãos nele e agradecendo aos céus por aquilo!

– “Deixa eu te comer de quatro, vai!”, eu peço, muito safadamente, mordendo os lábios, sedento.

Agora a gente estava na minha posição favorita, tanto como ativo quanto passivo: de quatro! Olhar a bundinha dele rebolando no meu pau enquanto seguro na cintura dele, com todos os músculos dele se contorcendo, era o que eu tinha imaginado desde sempre. Fiz força e metia fundo pra ver e ouvi-lo gemendo de prazer. Funcionou deliciosamente.

Eu estava a ponto de gozar e avisei a ele.

– “Goza tudo! Vem! Vem!”, pedia ele, rebolando no meu pau, enquanto eu batia uma pra ele.

– “Eu mal peguei nele… deixa eu brincar com ele também! Ou se você quiser brincar comigo…”, peço, expondo meu lado passivo.

– “Me dá tudo que você tem que eu te dou tudo depois! Só não para agora!”, ele suplica.

Acreditei em cada palavra dele e meti com força, sem pensar no amanhã. Gozei muito dentro do cuzinho mais empinado e sedento que já tinha visto.

Naquele momento de êxtase, do quase perder as forças, me deito do lado dele, fazendo carinho no seu pau, punhetando com carinho. O sorriso no rosto era inevitável. No meu e no dele.

Ele me beija lentamente, como se agradecesse. Eu retribuo, agradecendo, mas sem tirar minha mão do pau dele.

– “Ainda quero um pouco dele!”, eu digo, dando uma leve apertada naquele pau que não era tão grande, mas era satisfatoriamente delicioso.

Ele se deita com as costas na cama, me dando total liberdade de explorar aquele corpo e, principalmente, o pau dele. Pouco mais de 15cm, mas perfeitinho, roliço, com uma cabecinha linda, todo proporcional, clarinho da cor da pele dele. E duro, por minha causa, deixava tudo mais excitante ainda. Chupei, chupei, chupei, lambi, brinquei com o cuzinho dele enquanto lambia ele inteiro, chupei mais… estava nas alturas com o pau dele na minha boca! Eis que ele me pega e vira de lado, nos deixando num meia-nove incrível! Foi um chá de pica intenso, com as cabeças entre nossas coxas. Ficamos assim por uns minutos.

– “Ei, você me prometeu algo mais.” , lembrei eu.

– “Como você quer?”, pergunta ele.

Sem falar nada, puxo ele pra fora da cama. Me ponho de quatro, apontando meu rabinho pro pau duro e lambuzado dele.

– “Ai, que delicinha você!”, exclama ele.

– “Me come, vai! Mete esse pau gostoso em mim!”, digo eu, com uma voz bem safada, pedindo rola.

– “O prazer é todo meu! Essa tua bundinha é muito gostosa!”, responde ele, fazendo voz de macho.

Ele me comeu de todo jeito. Mudamos de posição algumas vezes: de quatro, me levantou e me comeu em pé, de ladinho e, quando metia em mim de frango assado, falou que ia gozar.

– “Goza dentro! Eu ia adorar receber na boquinha, mas não quero que tire de dentro de mim! Deixa dentro! Goza gostoso!”, pedi, encarecidamente.

Ao que ele gozou, dei umas reboladas no pau dele pra sentir todo o contato e prazer que poderia ter. Nos deitamos e nos beijamos calorosamente, entrelaçando nossos corpos. E ali, nós dois pelados, nos esfregando, senti mais tesão ainda. Meu pau subiu de novo e pedia por mais.

– “Ele te quer!”, disse eu, olhando pro meu pau.

– “Eu que quero ele!”, ele respondeu, se inclinando em direção a ele.

O Rafa me chupou por mais uns minutos e pediu pra que eu gozasse na bundinha, esfregando meu pau no cuzinho dele. Não demorou muito e lá estava eu, atendendo o pedido daquele homem musculoso e gostoso, gozando na bundinha dele, esfregando meu pau lambuzado no cuzinho, nas coxas e onde o meu, agora ralo, gozo alcançasse.

Depois de muitos elogios sobre o corpo e a performance um do outro, nos vestimos e saímos do quarto. Chegamos na sala e fomos ovacionados. Entre uns “aeee” e “eu sabia!”, todos se manifestaram. Soltei um sorriso amarelo, mas o Rafa não se fez de rogado: pegou minha mão, me olhou nos olhos e abriu um largo sorriso e piscou pra mim. Ele me puxou pra cozinha, serviu duas taças de vinho e propôs um brinde. Depois do primeiro gole, ao abaixar as taças, ele me puxa pela cintura e me dá um beijo de língua na frente de todos. Não ofereço resistência, me deixo levar e novamente estávamos com nossos corpos grudados um ao outro. Ao fundo, mais um chiado entre os presentes, mas não ligo mais. Já nos abraçávamos, envoltos num beijo longo e sedutor.

– “Quer dormir aqui?”, pergunta ele, na base da minha orelha.

Não teria outra resposta:

– “Com certeza!”.

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