Créditos/Fonte: Um conto erótico de Clara e Júlia
Pedro então foi entregar a pizza naquele endereço informado. Era aquele prédio onde tudo começou. Estava com a caixa de pizza na mão, e entrou na recepção, deu o seu nome e informou que estava esperando a dona do apartamento 503 descer para pegar seu pedido. O entregador então informou que era para ele subir até o quinto andar, ela morava sozinha e estava grávida, não podia fazer tanto esforço. Pedro então foi, não era o mesmo apartamento das outras vezes então ele estava tranquilo. Subiu então até o quinto andar e foi direto até a porta, e quando ele abriu a porta, Pedro acabou tendo praticamente a melhor surpresa que ele poderia ter em sua vida.
DOIS MESES ANTES
A casa de Pedro tinha sido alugada para uma senhora de idade, que havia se tornado viúva a pouco tempo. O dinheiro do aluguel era mandado diretamente para Pedro, que agora já não morava mais na casa aí sim em um alojamento esportivo em um bairro mais afastado de Curitiba. Porém naquela época em especial, ele estava juntamente com o pessoal que iria participar dos jogos nacionais viajando para Londrina, onde estavam fazendo treinamento.
Rafael já não morava mais naquele apartamento em Batel. Havia se mudado para outro apartamento, um pouco menor. Não por questão de grana, pois a sua família tinha dinheiro e ele tinha uma profissão que lhe rendia muito bem. Mas porque se sentia muito sozinho ali, já que não tinha mais a Júlia. Até aquele presente momento ninguém mais sabia onde estava Júlia, pois ela praticamente havia sumido. A única que sabia onde Júlia morava antes de vir a Curitiba, era sua amiga boêmia Amanda, que havia largado a vida, quando se casou com um amor de infância da mesma.
Clara havia voltado para Curitiba. Ela estava morando com sua mãe em Londrina. Seu pai infelizmente havia falecido um mês antes, ela gostaria que a sua mãe tivesse vindo com ela, mas a mãe preferiu continuar em Londrina não só por conta das lembranças do pai mas também porque estava com sua filha mais nova, irmã de Clara. A família ficou sabendo do grande problema que aconteceu entre ela e Pedro, é óbvio que Clara foi repreendida por todos no início, quando voltou, mas logo acabou sendo perdoada. Mas o que fez Clara voltar foi uma descoberta que ela teve quando ela já estava de uma vez por todas decidida a deixar Pedro em paz.
Apesar de Clara ajudar na pizzaria, sua verdadeira formação sempre foi na parte de criação e desenvolvimento de sites. Ela passou a trabalhar por freelancer, e começou a se auto sustentar, e conseguiu rapidamente uma boa colocação dentro da oferta do serviço, pois sempre foi muito boa em layout e edições, e sempre teve uma boa noção em propaganda. Porém foi enquanto estava no computador, concluído o desenvolvimento de um site de vendas, que ela começou a passar mal no meio da noite. Uma ânsia de vômito e uma tontura começaram a tomar o corpo dela, a mãe dela veio ao seu socorro e ela começou a vomitar, o cheiro incomodava demais, mas principalmente a sua menstruação já estava atrasada.
Para a mãe não restou dúvidas, Clara estava grávida. Porém para Clara, isso não poderia estar acontecendo, afinal de contas ela já estava no meio de um divórcio com Pedro e havia prometido que iria deixar ele em paz. Para não restar dúvidas, ela acabou fazendo o exame de gravidez que deu resultado em pouco tempo. Ela já estava mais ou menos com dois meses e 15 dias de gravidez. Para ela, não restava dúvidas de que o filho era de Pedro, não só pelo fato dela ter usado preservativo com Rafael quando os dois ficaram, mas porque pelo tempo ela só estava ficando com Pedro.
Apesar dos pesares, a notícia alegrou muito Clara, pois ela sentia que agora ela teria um pedaço de Pedro sempre com ela, apesar que temeu pelo bebê, pois estava em um processo de separação sem volta, e jamais iria querer que Pedro voltasse com ela por conta da criança, isso não era certo. E Clara estava disposta a não errar mais.
Mas ela sabia que não contar sobre a gravidez para Pedro também seria um erro. Ela então resolveu esperar o divórcio sair, afinal ela poderia contar para ele sobre a gravidez sem influenciá-lo no processo de separação, já que ela sabia que para ele ter entrado com esse processo é porque de fato ele já havia feito a sua escolha. Clara não condenou o Pedro em nenhum momento, pois sabia que havia feito muita coisa errada.
A primeira coisa que fez foi procurar um lugar para morar. Ela acabou alugando um apartamento, no mesmo prédio onde Rafael e Júlia moravam. Muitos poderiam pensar que ela estava ali justamente por causa de Rafael, mas ela já havia se certificado que ele não estava mais lá.
Porém o destino estava pronto para testar Clara, e naquele dia depois que estava voltando de sua primeira consulta médica, ela acabou trombando com o Rafael que estava saindo do prédio para acertar os últimos detalhes da entrega do apartamento. Os dois trocaram olhares por alguns segundos, com Rafael lembrando da última conversa que teve com ela. Meio sem graça, ele então tomou a iniciativa.
— Clara. Oi, tudo bem?
— Oi Rafael. Tudo sim, e por aí?
— Clara, foi bom eu ter encontrado você. — Rafael assim, a encarou e de cabeça meio baixa, ele dizia. — Eu queria, sabe, pedir desculpas pelas palavras duras que eu te disse no telefone quando te liguei pra perguntar da Júlia. Eu acho que mandei mal.
— Nada do que você disse era mentira no fim das contas, não entendo por que pede desculpas. É isso que você pensa de mim, todos pensam. — Disse Clara.
— Não é bem isso, garota! Aff! — Rafael virou a cara, porém continuou. — É que eu estava de cabeça quente, eu tava com saudades da Júlia e eu acabei sendo escroto demais e joguei a culpa em você de tudo, mas a Júlia não me largou por causa do nosso lance naquele dia, mas sim porque eu vacilei com ela durante todo esse tempo. Mas eu não te acho tudo isso não, você não deveria pensar assim.
—Tá bom Rafael. — Clara continuou. — Você me pediu desculpas, eu aceitei. Mas agora, com licença tá. Eu preciso entrar, estou vindo do médico agora, e eu estou meio indisposta por conta da gravidez.
— Ué! Você está grávida também!? — Rafael, surpreso, perguntou.
— Como assim “também”? Quem mais está grávida que eu não sei?
— A Júlia. Ela está grávida e sabe que o filho é do Pedro. Mas como ele mandou que ela nunca mais o procurasse, ela foi embora pra não sei aonde e ta tocando a vida. E pelo jeito ele engravidou você também filho da puta! hahaha
Clara naquele momento tomou um susto e realmente não sabia o que pensar, e o pior é que Pedro provavelmente também não sabe que vai ser pai de um filho, ou filha da Júlia. Talvez por curiosidade ou por um plano maior, ela perguntou para Rafael.
— Você sabe onde ela está agora?
—Se ela não estiver lá em Maringá, que é onde ela veio, eu nem sei mais onde ela poderia estar. Por que?
— Por que eu sinto que Pedro merece saber da gravidez. Você não acha? — Questionou Clara ali.
—Sei lá, eu não tenho nada a ver com isso. Não posso ter filhos, então. Talvez seja por saber disso que eu nunca fui uma pessoa tão apegada a construir família. Mas eu confesso pra você que eu queria realmente ter alguém para passar o resto da vida, sabe?
— Que bom. Você vai conseguir, agora eu estou indo. Adeus. — Clara, assim que se despediu, sabia o que fazer, ou melhor, teve curiosidade e talvez vontade de fazer aquilo. Rafael se despediu, e jurou que Clara iria falar para ficar com ele, mas se surpreendeu que ela deu de ombros e ficou feliz por ela tê-la superado no fim das contas.
A primeira coisa que Clara fez foi ligar usando o código de chamada restrita para a mãe de Pedro. Assim que ela atendeu, Clara não deu brechas para a mulher desligar, falou tudo o que tinha que falar de uma vez com medo da mãe de Pedro desligar e não ouvir tudo.
— Dona Marta, é a Clara! Eu preciso que não desligue, por favor! Eu estou grávida, descobri a pouco tempo, eu queria te dividir isso, mas eu não quero que a senhora conte ao Pedro agora, ta? Por que eu não quero que ele volte pra mim por causa disso, ele não merece isso, seria manipulação e isso eu não farei mais! A senhora vai ser vovó, eu contarei a ele na hora certa, e outra coisa. A Júlia também está grávida, não sei se a senhora conhece, mas é uma pessoa que Pedro acabou se relacionando, eu quero contar junto com ela que estamos grávidas, posso contar com sua ajuda para algo?
— Minha nossa, mas quantas revelações são essas, Clara? E fica calma filha, eu não vou desligar. Pedro nos fez prometer que nunca iríamos tratar você mal, apesar que você fez uma bela safadeza né minha filha? Mas tudo bem, eu só espero que você realmente conte para ele sobre isso, porque ele precisa realmente saber que é pai. Era um sonho de vocês.
Clara então combinou algo com a mãe de Pedro e pediu segredo sobre tudo aquilo que ela havia acabado de falar. Disse para dona Marta que Pedro ficaria sabendo de tudo depois das olimpíadas, que iriam acontecer dentro de um mês e 3 semanas. Agora Clara tinha um outro problema pela frente: como ela faria para encontrar Júlia. Tudo o que ela sabia era que Júlia estava em Maringá, ou talvez nem estivesse. Clara pensou em ir direto para Maringá encontrar Júlia, mas resolveu se preservar por conta da gravidez, até encontrar o endereço realmente fixo de onde ela morava.
Com a ajuda de sua melhor amiga, Clara consegue o telefone de alguém que poderia ajudar. Clara ligou e implorou para que o mesmo ajudasse, já que ele não aceitava trabalhos de buscar pessoas, mas em nome de uma coisa maior, como o amor e a possibilidade de um filho encontrar seu pai, não só aceitou a tarefa, como disse que faria de graça. Pois estava com o coração mole devido a um último acontecimento.
Cerca de quatro dias depois, foi passado para Clara um endereço no WhatsApp, assim como duas fotos de Júlia, de como ela estava atualmente. Na verdade ela não tinha mudado nada, e confirmou que ela estava realmente em Maringá, mas que eventualmente ela vinha para Curitiba. Com todos os dados em mãos, Clara não tinha outra coisa a fazer a não ser agradecer profundamente a ajuda que teve, dizendo que nunca iria se esquecer daquele gesto.
— Não se preocupe com isso de agradecer. Como eu disse no começo do contato, eu o fiz porque acima de tudo, eu gosto de unir pessoas, eu já separo casais demais! hahaha
— Mesmo assim, eu vou sempre me lembrar desse gesto. Se um dia eu puder te agradecer ou ajudar em algo, pode me chamar, eu adoraria te ajudar em um dos seus casos.
— Pode deixar. Adeus, e boa sorte no seu encontro. Cuide do bebê.
Júlia estava no Jardim Alvorada, em Maringá. Não seria difícil agora acha-la. Clara então, viajou até lá de avião, enfrentando uma hora e meia de viagem, já que de ônibus seria um percurso bem mais cansativo. Se soubesse desde o começo que ela estava em Maringá, teria procurado antes, já que as duas no fim estavam relativamente perto uma da outra. Depois de chegar no aeroporto, pegou um transporte de app até a casa de Júlia. Ela morava em uma avenida movimentada, com um grande parque perto da casa. Quando Clara tocou a campainha, a mesma Júlia atendeu, e estranhou a presença de Clara ali.
— Clara? Ué, como me achou? O que você quer?
— Júlia, podemos conversar? Eu acho que é importante.
As duas então passaram cerca de pelo menos 2 horas conversando. Clara contou a Júlia que já estava praticamente em processo final de divórcio com Pedro, e que tudo era tratado pelo advogado que ele tinha contratado junto à família e que ela não estava dificultando as coisas, pois estava respeitando a vontade de Pedro de não seguir mais com ela. Também contou a Júlia que viu Rafael e ele estava completamente abatido depois que ela terminou com ele. Mas o seu objetivo principal naquela viagem foi o fato de Júlia estar grávida e não ter falado nada para Pedro. Júlia confessa que descobriu a gravidez há 1 mês mais ou menos, e que assim como Clara, resolveu esperar até a criança nascer para falar com Pedro sobre a situação, já que na cabeça dela tinha certeza que Pedro não queria ver ela nunca mais. Mas que ela fazia questão que pelo menos ele convivesse com o filho ou a filha que ele poderia ter.
— Escute, Júlia. Eu vou ser direta com você, eu, em particular, vou deixar pra falar dessa gravidez pra ele somente depois que ele resolver as coisas dele, por que eu não quero que uma possível gravidez influencie ele em algo. Mas você não é presa a isso. — Disse Clara a ela. — Na verdade, se eu fosse você, voltaria comigo agora mesmo para Curitiba, e falaria com ele, e me acertaria com Pedro. Odeio admitir isso, mas, hoje, você tem muito mais chances com ele do que eu.
— Você não viu a forma como eu observei ele falando comigo, sabe ele me culpa por… Sei lá, por tudo que aconteceu entre vocês dois. — Dizia Júlia, que completou. — Ah, que nada! Você é ex dele e o amor da vida dele, tem bem maiores chances do que eu que fui somente a garota exibicionista que ficou provocando ele no quarto enquanto ele fazia entrega! Ele deve achar que sou uma vadia. hahaha
— Você só vai saber se vir comigo e procurá-lo.
—E por que você está tão interessada que eu vá atrás dele agora, procure, e faça todas essas coisas? Você não quer ele de volta? — Questionou Júlia.
— Pedro não me procurou mais depois que eu fui embora, exceto a minha família, solicitando nosso divórcio. Eu acredito que se ele quer se divorciar, ele não quer mais nada comigo. — Respondia ali Clara. — Na verdade, quando aceitei namorar com o Pedro, eu não estava apaixonada por ele. Pedro pra mim sempre foi um amigo que eu amei muito, mas eu sempre desejei o Rafael. Mas eu percebi que ele não queria nada comigo. Eu nunca contei ao Pedro sobre a tentativa de sexo com Rafael, porque até aquele momento eu não era ainda namorada do Pedro, ele apenas me pediu em namoro, e eu disse que ia pensar. Até por que na mesma época, eu disse ao Rafael que só iria ficar com ele se eu fosse sua namorada, e então… — Depois daquilo, ela não conseguiu falar nada, mas foi interrompida por Júlia.
— Bom, eu já sei o resto, o próprio me contou, quando eu liguei pra ele pra informar que eu não voltaria mais, foi ali até que disse que eu estava grávida, e que por isso não voltaria com ele. Mas agora ele está livre, por que não vai e fica com ele? Não era isso que você queria?
— Como o Rafael disse uma vez, ele jamais ficaria com uma “vadia que traiu o marido”. — Disse Clara, que ainda completou. — E eu fui uma vadia mesmo, por que depois de tudo eu percebi que eu só sentia tesão pelo Rafael, isso desde adolescente. Talvez eu sentisse tesão pelo modo de vida de vocês, depois que eu ouvi as histórias, mas pra mim isso é louco demais, eu não chegaria tão longe. E além disso.
Clara então pensou muito bem sobre a pergunta, e logo respondeu.
— Pedro foi o verdadeiro homem da minha vida. Foi quem me levantou e olhou pra mim quando ninguém olhava, eu que não soube dar a ele o que ele merece. Você gosta dele, não gosta? Então volte comigo, vamos nós duas juntas então dar a notícia pra ele, e deixar que o curso faça sua parte.
As duas então continuaram conversando por mais um momento, confidenciaram os seus medos, vontades, mas principalmente chegaram à conclusão de que cada uma hoje, amava Pedro da sua maneira. Júlia acabou aceitando a proposta de Clara, e ambas acabaram voltando para Curitiba, porém combinaram que as tuas juntas iriam comunicar sobre a gravidez com Pedro, mas não iriam fazer nenhuma pressão sobre ele escolher alguma delas.
Júlia passou a morar junto com Clara em seu apartamento. As duas resolveram esperar até Pedro voltar do tal evento no Rio de Janeiro para contar a verdade para ele, afinal de contas até mesmo Clara sabia o quanto era importante para Pedro se concentrar nesse momento, já que a Olimpíada nacional era a sua oportunidade de vida. As duas foram assistir Pedro participar do evento, e ficaram acompanhando toda a trajetória até conseguir se sagrar vitorioso. Naquele momento, tanto Júlia quanto Clara sentiram um verdadeiro orgulho dele, porém notaram que ele conseguiu observar as duas ali, e acabaram por ir embora.
Naquele momento, Clara e Júlia deram um passo muito importante para todo o plano das duas de reencontrar Pedro. Júlia sugeriu que o melhor reencontro entre eles deveria ser da mesma forma como eles se conheceram, através de um pedido de pizza. Dona Marta e seus filhos já estavam cientes e manipularam o Pedro para que ele voltasse a trabalhar na pizzaria e ajudasse na entrega. Como Pedro já sabia a voz das duas, Júlia tratou de mudar um pouco a voz, disfarçar a voz não era tão difícil assim, nada do que tentar mudar o tom não resolvesse o problema, ainda mais com um Pedro que não ouve a voz dela há pelo menos 4 meses.
Tudo já estava feito. Júlia e Clara fizeram o pedido na pizzaria e deram a sorte de Pedro atender, Júlia fez exatamente o mesmo pedido que fez com ele na última vez, onde quem fez a entrega foi Clara. Pedro foi até o prédio e realizou a entrega, estava quase certo de que não era nenhuma pegadinha dessa vez, e subiu de elevador calmamente até o quinto andar. Porém, enquanto Pedro apertou a campainha, acabou vendo uma Júlia e uma Clara juntas, aguardando na porta com ambos os ventre amostra, mostrando a barriga de gravidez para ele, enquanto estenderam suas mãos de forma sensual e puxaram ele para dentro.
— Obrigado pela Pizza, “papai Pedro”.
—
CAPÍTULO FINAL SAI AMANHÃ.