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A viagem que colocou um caralhão no meu cu

  • 24 de Setembro, 2024
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Créditos/Fonte: Um conto erótico de Kherr

A viagem que colocou um caralhão no meu cu

Tínhamos acabado de percorrer o Terazzo Dell′Infinito apreciando o entardecer sobre o mar da costa Amalfitana quando conseguimos uma mesa num dos restaurantes da Piazza Duomo, apinhada de turistas em Ravello. Fazer essa viagem com o Piero e o Vito era um projeto antigo, dos tempos em que cursávamos o ensino médio na mesma turma. Portanto, lá já se foram dez anos. Como ambos tinham descendência italiana e ainda contavam com alguns parentes vivendo em diversas regiões da Itália, fazíamos planos para essa viagem para quando estivéssemos estabilizados na vida. Eu sempre insistia para que fossemos para a Alemanha, onde nasceram meus pais e onde residiam quase todos os meus parentes. Porém, ambos tiveram dificuldade até para pronunciar o meu nome e alegavam que jamais conseguiriam aprender, nem que fosse o básico, do idioma alemão.

– É Jens, sua topeira da língua pesada, e não Gens! Pronuncia-se Iêns, é tão difícil assim mexer um pouco essa língua dentro da boca! – cobrava eu, logo depois de nos conhecermos e ficarmos amigos.

– Então por que enfiaram um J nessa porra de nome difícil! E, para seu governo, não é nem pouco difícil mexer a minha língua, só depende do lugar onde a tenho que enfiar! – devolvia-me o Piero, o moleque mais assanhado e tarado que já conheci na vida, o cara só pensava em sexo e putaria o tempo todo.

– Nisso eu concordo com o Piero! Vá ter um nome complicado da porra como esse lá no inferno! Para pronunciá-lo só masturbando a língua! – acrescentava o safado do Vito.

Bem, depois do primeiro ano de convívio e uma amizade consolidada, os dois finalmente conseguiam pronunciar meu nome sem atropelos. Foi quando começamos a falar sobre essa viagem que faríamos os três, percorrendo de carro, durante o verão, a Itália de norte a sul nos detendo por mais tempo nas cidades onde residia uma batelada de parentes deles com os quais ainda mantinham contato. É bem verdade que ambos eram tão fluentes no idioma de Dante quanto um macaco falando chinês, e eu me perguntava que raios tinham aprendido com os pais já que nem isso sabiam. Eu me pus a estudar italiano num curso extracurricular só para não fazer feio nessa viagem.

– Eu não falo porque não preciso, se precisasse você ia ver como sou bom nisso também! Mas eu entendo tudo o que falam, pode estar certo! – afirmava o Vito que, como todo bom descendente de italianos se gabava muito além de sua realidade.

– Bom nisso também? Quanta arrogância! E no que mais você é tão bom assim, seu convencido? – questionava eu quando eles davam para me encher o saco

– Passa uma noite na minha cama comigo e eu vou te mostrar com isso aqui nessa sua bundona no que eu sou bom! – retrucava ele, cheio de si e sem disfarçar o tesão que minha bunda provocava nele.

– Vocês são dois pervertidos! O cérebro de vocês deve estar mergulhado numa solução de testosterona, pois não sabem falar de outra coisa que não seja sexo. – revidava eu, ante essas observações obscenas quanto ao volume das minhas nádegas.

– Que culpa a gente tem se você é um alemãozinho gostoso e tesudo para caralho! – exclamou o Piero. Por alguma razão os dois sempre entravam num acordo sobre esse assunto e, é lógico, contra mim.

Eram quase 20h, ainda estava claro, mas a brisa que vinha do mar amenizava o calor de mais de trinta graus que imperou durante toda a tarde. Nenhum restaurante ou café da Piazza Duomo tinha uma mesa vaga, elas, na verdade, se apinhavam umas próximas as outras a tal ponto que ninguém conseguia manter uma conversa privada. Os quatro caras que estavam na mesa ao lado eram típicos garanhões italianos; nenhuma mulher que passasse por perto escapava de alguma observação sexista que os levava a expressar seus desejos libidinosos para com elas. Até dois casais gays não escaparam de suas licenciosidades.

Já fazia algum tempo que eu notei o olhar insistente de um deles sobre mim. Dos quatro, quando ocuparam a mesa, foi o que eu achei mais bonito e sexy. Ele era parrudo, a camiseta estava tão amoldada ao seu tronco que parecia uma segunda pele e, dela emergiam seus braços musculosos com uns bíceps enormes e bem torneados. Da bermuda saiam duas coxas grossas e peludas que mais se assemelhavam a troncos de uma árvore. O rosto anguloso exibia um queixo maciço, lábios expressivos ganhavam um toque sensual cada vez que ele sorria, uma barba de dois ou três dias lhe conferia uma aparência máscula que os olhos verdes deixavam ligeiramente sisuda.

Apesar de estarmos sentados sob a sombra de uma árvore, eu coloquei meus óculos de sol para que ele não notasse meu olhar escrutinando nada pedaço daquele corpão sedutor. Ele fez o mesmo, mas ainda assim, eu sabia que estava me estudando nos mínimos detalhes, e ficando ativamente excitado, pois via-se obrigado a ajeitar constantemente a ereção dentro da bermuda.

– Estou chegando ao meu limite com aquele filho da puta se masturbando sem tirar os olhos de cima de você! Vou quebrar a cara dele antes mesmo que ele se dê conta do que está acontecendo! – ameaçou o Piero.

– O que deu em você, endoidou de vez? Nem se atreva a arrumar confusão no meio de toda essa gente, seu sem noção! – devolvi revoltado.

– Pois eu estou contigo, Piero! Estou sacando esse desgraçado comendo o Jens com os olhos já faz um tempão! Ele está pedindo para levar uma surra! – acrescentou o Vito

– Prestem bem atenção, os dois! Se vocês se meterem a besta com ele, juro que nunca mais falo com nenhum de vocês, entendido? É mais certo que vocês dois acabem num pronto socorro do que um daqueles quatro. – afirmei

– E daí que são quatro! Nós somos três, não é tão desigual assim. Ademais, nenhum daqueles calhordas é páreo para mim. – voltou a afirmar o Vito, que era bem ciente da força que tinha.

– Você está gostando, não é seu puto! Também, que porra de short é esse que você resolveu vestir para andar por aí, tuas coxonas estão todas de fora, cacete! – protestou o Piero.

– Ô, sem noção! Fez trinta graus ou mais desde cedo, o que você queria que eu vestisse, uma calça comprida de lã? E qual é o problema com o meu short agora, vocês estão cansados de me ver usando shorts desse tipo, é o que todo mundo usa. Tenha santa paciência! – reclamei

– É, mas não caras com coxas grossas e lisinhas como as tuas aliadas a esse bundão arrebitado. É de deixar qualquer um de pau duro! Dada a quantidade de caras tarados que andam soltos por aí, a ideia da calça de lã até que é o ideal. Você bem sabe que esses maschi italianos não passam de tarados pervertidos! – sentenciou o Vito.

– Incluindo vocês dois! Não me venham dar uma de santos porque eu os conheço muito bem! – exclamei, encarando os dois que, disfarçaram e se calaram para alguns fatos, que os comprometiam, não viessem à tona. Cada um, recordando o passado, sabia exatamente qual era seu calcanhar de Aquiles.

O do Piero estava relacionado com aquela tradicional viagem que as turmas do colégio, prestes a se formarem no ensino médio, faziam para algum lugar escolhido pela maioria dos votos, como uma recordação dos tempos de estudante. A nossa turma optou por Miami, Orlando, Tampa e os parques de diversões desse circuito. Fomos divididos em duplas nas suítes dos hotéis segundo as afinidades que cada um tinha com os colegas. Eu formei dupla com o Piero e isso acendeu nele aquele desejo que vinha cultivando desde a primeira série, dar um jeito de enfiar sua jeba intrépida no meu cuzinho. Algo que ele não confessava abertamente, mas que estava estampado na cara dele toda vez que tinha a oportunidade de ficar a sós comigo num ambiente sem que ninguém nos visse. Demorei a me tocar da tara que ele sentia por mim, pois tão logo me descobri gay, tinha olhos para uma porção de carinhas, menos para ele e para o Vito que, apesar de serem rapazes que as garotas viviam cobiçando, eram meus amigos mais chegados e, portanto, fora de questão nesse assunto.

Tínhamos andado bastante o dia todo pelo Magic Kingdom e pelo Disney′s Hollywood Studios, e a programação para o dia seguinte previa mais um tanto de passeios. Ao chegarmos ao hotel já era noite e, após um banho revigorante, me joguei na cama sem questionar o horário. Ele se despiu, ficou rebolando na minha frente de modo que o pintão dele girasse feito a hélice de um ventilador, era indecente, era um verdadeiro acinte encarar o tamanho daquela coisa, mas me deixou excitado, e o pilantra notou o quanto o meu olhar brilhava. Capotei antes do Piero voltar da ducha, o que deve tê-lo decepcionado, pois já dava como certo que meu cuzinho seria dele. Estava dormindo tão profundamente que nem percebi que o safado entrou pelado na minha cama onde eu, vencido pela exaustão, já estava no milésimo sono usando apenas uma cueca. Lá pelas tantas, dei uma leve despertada. O braço dele enrodilhava meu corpo, ele respirava no meu cangote, estava de pau duro metido no meio das minhas coxas tentando com um esfrega-esfrega incessante alojar daquela jeba sedenta no meu rego estreito.

– O que pensa que está fazendo? Por que está aqui na minha cama e não na sua? Tira essa coisa do meio das minhas pernas, Piero! Que saco! – protestei, me virando na direção dele e desferindo uma saraivada de socos no peitoral dele.

– Para, seu maluco, vai acabar me machucando! – reclamou, enquanto me detinha os braços.

Consegui que se mudasse para a cama dele e voltei a dormir achando que estava seguro. No meio da madrugada senti-o novamente colado ao meu corpo, resmunguei uns impropérios e o mandei sair dali. Mas, quando o senti parcialmente montado sobre mim, roçando meus ombros e meu reguinho com sua pica toda melada, faltaram-me forças para reagir, talvez por que não estivesse disposto a reagir, só deixar aquilo continuar, pois a sensação era maravilhosa.

– Sai Piero! – balbuciei sonolento

– Deixa eu entrar em você! Sou louco pela sua bundinha carnuda e macia! – sussurrou ele, pincelando a rola no fundo do meu rego.

– Não! Vai para a sua cama! – ele nem se mexeu.

Ao sentir que minha rosca anal corrugada estava bem na mira da chapeleta excitada dele, ele a empurrou cuidadosa e vagarosamente para dentro do meu cuzinho virgem. A pica dele estava tão melada de pré-gozo que as preguinhas do meu ânus foram se abrindo devagar num desabrochar que as distendeu e permitiu que ele deslizasse para dentro de mim. A dor foi tanta que eu despertei e tentei sair debaixo dele, mas ele me conteve, enquanto um grito aflorava aos meus lábios, ao mesmo tempo em que uma forte contração dos meus esfíncteres aprisionava a cabeçorra dele no meu cu.

– Ai, Piero! Está me machucando, seu bruto! Tira! – murmurei perdido numa sensação crescente de dor e prazer.

– Para de se agitar! É por isso que está sentindo dor! – retrucou ele, arfando feito um touro insaciado na minha nuca.

– Não é por isso, não! É por que esse seu troço é enorme! – devolvi, me lembrando do que tinha visto antes de ele seguir para o banho.

– Você é tão gostoso, meu alemãozinho tesudo! Prometo que coloco devagar, mas deixa eu entrar todinho aí, deixa? – à medida em que aquele cacetão deslizava fundo em mim eu já não conseguia rejeitá-lo, apesar da dor lancinante, o prazer que a acompanhava não tinha paralelo.

Ele pulsava frenético preso pela minha musculatura anal que encapava firmemente seu falo, grunhindo e sussurrando sacanagens no meu ouvido, enquanto me estocava forte, mas com carinho. Foi a primeira vez que gozei sem nem ter tocado no meu pinto. Ele cobriu minha mão cravada nos lençóis com a dele, encaixando seus dedos aos meus. Quando sentia que estava prestes a gozar, ele ficava imóvel sobre mim por alguns minutos, respirava profundamente, sussurrava meu nome como se estivesse invocando uma santidade; depois voltava a se empurrar profundamente nas minhas entranhas deixando apenas o saco e a pentelhada de sua virilha roçando meu reguinho aberto. O urro gutural dele carregava todo o prazer que encontrou na maciez úmida do meu ânus, despejando seu esperma cremoso no fundo do meu cuzinho.

– Piero! – exclamei, quando comecei a sentir os jatos mornos escorrendo sobre a mucosa anal esfolada. Nunca tinha sentido nada tão maravilhoso.

– Jens, seu tesudinho do caralho! Como você consegue ser tão gostoso? – ronronava ele, esperando o caralhão arrefecer no meu rabo.

Acordei com o cu pegando fogo, mal dava para sentar, a menos que fosse ligeiramente de lado. Encontrei um pouco de sangue entre as bandas da minha bunda quando fui tomar uma ducha. O bruto tinha me machucado e ainda continuava cochilando todo esparramado na minha cama com aquele cacetão indecente à meia-bomba se projetando da virilha pentelhuda. Observando-o assim todo solto e com os músculos bem definidos por todo o corpo, parecia um gatinho inofensivo, bem o oposto do leão esfomeado que me descabaçou durante a noite.

Durante todo o dia ele não fez menção a nada do aconteceu entre nós. Não que eu quisesse ou esperasse que ele fizesse isso, mas me deu a impressão de que para ele aquilo não teve nenhuma importância. Ao passo que para mim, que ainda sentia seu sêmen grudado no meu ânus, bem como aquela ardência queimando no meu rabo por ter perdido a virgindade, era impossível ignorar que tinha gostado do que ele fez comigo. Voltei daquela viagem sem nunca ter ouvido nada dele, se tinha gostado, o porquê de ter feito aquilo, se sentia algo por mim além da nossa amizade. Com o tempo, deixei de me sentir incomodado com o silêncio dele, e passei a acreditar que aquilo foi tão somente um momento de necessidade que o levou a transar comigo. Contudo, depois daquilo, o pentelho passou a agir como se fosse o dono do meu cu, e tivemos algumas discussões por conta disso.

Com o Vito a história começou quando ele me convidou a passar o Ano Novo na casa de praia da família dele. A parentada italiana se juntou toda, tios, tias, primos e primas mais os agregados atulhavam a casa, com todos falando alto e ao mesmo tempo, o que dava a impressão de estarem brigando e não confraternizando. Eram tantos parentes que a casa estava cuspindo gente pelos ralos. O Vito e eu, mais o irmão dele e uns primos montamos três barracas no gramado do quintal que serviram de quartos improvisados.

No primeiro dia ele já não me dava sossego, atiçado pelos comentários lascivos dos primos sobre as minhas sungas, coxas e bunda ele me perseguia para todos os lados como se fosse um touro seduzido pelo cio de uma novilha. No meio da tarde, entre as ondas com a praia lotada de veranistas ele por pouco não consumou o coito. Fui salvo no último instante quando já sentia a rola grossa e cabeçuda dele na entrada do meu cuzinho, por uns banhistas que estranharam aquele agarra-agarra com conotação sexual a cada onda que passava por nós.

– Para com isso, tarado! Quer que chamem a polícia e nos acusem de atentado ao pudor em espaço público? Você não tem noção da besteira que está fazendo? Me larga, Vito! Saco de sujeitinho cafajeste! – protestei, quando um senhor de idade acompanhado dos netos sacou o que ele estava pretendendo fazer.

– A culpa é sua, é você que me deixa maluco, meu pau está trincando de tão duro! – retrucou ele, se justificando.

– A culpa é dos teus primos que ficam me secando, se masturbando e enchendo a sua cabeça de licenciosidades! Bando de pervertidos! – devolvi exasperado.

Como na hora de dormir ele e eu estávamos compartilhando a mesma barraca, o tesão voltou a atormentá-lo e ele não parava de falar sacanagens para ver se com elas conseguia me convencer a deixá-lo me enrabar. O Vito também era um cara gostoso, atlético, com músculos bem definidos, um rosto que começava a ficar barbado, um peitoral largo que parecia ficar cada dia mais cabeludo e um olhar predador que me fazia sentir arrepios de tesão quando focava meu corpo. Eu nunca soube de qual dos dois eu gostava mais, se dele ou do Piero, uma vez que ambos estavam naquela transição entre garotões e futuros machos promissores. Ficava ainda mais difícil tomar qualquer decisão por que eu gostava dos dois da mesma maneira e com a mesma intensidade. A casa finalmente silenciou, já era madrugada, ele e eu continuávamos a conversar num cochicho para não acordar ninguém. De onde tínhamos tanto assunto era impossível dizer.

– Estou exausto, vamos dormir! – sugeri quando minhas pálpebras pesavam mais que chumbo.

– Vamos terminar aquilo que não deu para fazer lá na praia? – questionou malicioso, tirando a cueca.

– Guarda essa coisa, seu doido! Se quiser enfiar essa estrovenga em alguém, arranje uma namorada! Comigo não vai rolar! – exclamei, achando que minha determinação acabaria com o tesão que comecei a sentir ao ver aquele cacetão completamente livre e solto.

– Não quero uma namorada, quero você, meu alemãozinho tesudo! Não se faça de ingênuo que eu sei que você já notou o quanto eu te quero! Para que ficar fazendo cu doce? – devolveu ele, lançando-se sobre mim cheio de tesão e cobiça.

Até me empenhei um pouco em rechaçá-lo, mas sem muita convicção, uma vez que estava sendo traído pelo meu próprio cuzinho que piscava desenfreado. O corpão pesado e quente dele me mantinha subjugado a sua tara, e pegar em todos aqueles músculos não me deixava raciocinar direito. Ele sentiu que eu hesitava, que estava me fazendo de difícil, mesmo estando louco de vontade de o acolher no meu casulo anal. Bastaram algumas lambidas e chupadas nos meus mamilos, uma mão devassa deslizando para o meio das minhas coxas e arriando minha cueca para eu capitular de vez. Minha respiração acelerou, o primeiro beijo que tocou meus lábios mordiscando-os e os chupando abriu-lhe o caminho até meu cuzinho. Fui abrindo as pernas devagar com ele encaixado entre elas, ele terminou de afastá-las e erguê-las até poder contemplar minha rosquinha anal, que o devasso iluminou por uns minutos com a lanterna do celular para captar cada detalhe de sua anatomia.

– Pregueadinho, rosado, minúsculo, quem diria o que se esconde no meio desse bundão carnudo e durinho? É o menor cuzinho que eu já vi! Deixa eu entrar aí alemãozinho gostoso, deixa? – murmurava ele em êxtase.

– Vai me deixar em paz depois disso, pelo restante dos dias que vamos passar aqui? – perguntei, só para lhe mostrar que não era tão fácil quanto ele me imaginava.

– Não prometo nada! Duvido que depois de meter a pica nesse cuzinho vou conseguir cumprir qualquer juramento! Portanto, não me peça o impossível! – respondeu ele

– Então me promete ao menos que não vai me machucar com esse bagulhão! Não quero andar por aí com o cu todo arregaçado! – pedi todo sensual, pois sabia que ele não resistiria a mais essa imposição.

Ele apontou a caceta sobre a minha fenda que já estava toda assanhada formando um beicinho que se contraía em espasmos ritmados. Isso o ensandeceu, com o impulso vigoroso e até um pouco bruto, ele enfiou a chapeleta estufada no meu cuzinho. Para garantir meu silêncio ele tapou minha boca com uma das mãos e meu grito ecoou abafado na noite quente. Ele me encarou com os olhos brilhando de tanto tesão, estava dentro de mim, meus esfíncteres o agasalhavam e eu arfava esperando ele deslizar inteiro para dentro de mim.

– Tesudinho do caralho, vai me matar de tanto tesão! – sussurrou ele em jubilo.

Eu me agarrei aos ombros dele, a pele parecia queimar as minhas mãos, começava a ficar suada à medida que ele me estocava gentil, mas com força. Com ele todo pulsando em mim, minhas mãos deslizavam pelas costas largas dele, desciam até o cóccix, subiam até a nuca junto a implantação dos cabelos, mergulhavam na cabeleira dele e lhe asseguravam que estava me dando todo o prazer que alguém podia desejar. O entra e sai daquele caralhão destroçando minhas pregas anais e esfolando minha mucosa me fazia ganir cheio de sensualidade debaixo dele. Nossas bocas não se desgrudavam, as línguas se contorciam numa dança voluptuosa e sensual. O gozo ia se precipitando, retesando nossos ventres e pelves, eu erguia meus quadris permitindo que os impulsos potentes dele estocassem fundo no meu cuzinho, o bater cadenciado do imenso sacão dele contra as minhas nádegas ditava o ritmo frenético com o qual ele me fodia. Achei que ele fosse me rachar ao meio, gemia libidinosamente o nome dele, ele estava perdido no tesão e no prazer que eu o fazia sentir. Meu gozo veio primeiro, questão de segundos antes do dele. Eu soltei um ganido longo e a porra foi se espalhando sobre o meu ventre e escorrendo lentamente, ele soltou um urro que brotou diretamente do fundo do peito, rouco e selvagem, no mesmo instante em que uma sequência de jatos foi inundando meu cuzinho com seu sêmen leitoso. Deslumbrados pelo prazer, ficamos nos encarando, não era preciso dizer nada, o tremor sincronizado e incontrolado dos nossos corpos falava por nós. Estava feito. Agora havia mais do que uma amizade entre nós, havia uma junção carnal da qual ambos jamais se esqueceriam. Ele me comeu todas as noites que passamos na praia, escondeu dos primos o que tinha feito, só para que ninguém ousasse me cobiçar. Tanta troca de afeto e carícias durante aqueles dias me levou a pensar que talvez o homem da minha vida seria o Vito, mas não foi bem assim. De regresso a São Paulo, e à rotina de final do ensino médio, fez com que não voltássemos mais a tocar no assunto, e aquelas fodas maravilhosas foram arquivadas na gaveta das lembranças. O Vito também passou a agir diferente depois das nossas transas, continuava se insinuando, me dava umas cantadas bem cafajestes, me bolinava, exibia suas ereções taurinas, mas não falava de um relacionamento, embora implicasse com todo carinha que se aproximava de mim.

E era exatamente assim que os dois estavam agindo agora em plena Piazza Duomo quando o carinha tesudão não desgrudava o olhar babão dele de cima de mim, feito dois cães de guarda se julgando donos dos meus desejos e do meu corpo. Nenhum dos dois revelava seus sentimentos por mim, faziam parecer que tudo o que lhes importava era trepar comigo, sentir suas picas aconchegadas no meu ânus apertado e deixar o prazer rolar solto.

Todos cursamos faculdades diferentes, o que não impediu que continuássemos nos vendo e fazendo programas juntos. De vez em quando eles arrumavam uma namorada, me contavam cada detalhe dos relacionamentos, inclusive as transas que me eram reveladas até nas minucias mais íntimas. Sempre me perguntei se não estavam fazendo isso para me deixar com ciúme, o que de fato, aconteceu algumas vezes, ou se estavam apenas se gabando, pois nisso eram experts. Quando a situação se inverteu e eu comecei a sair com um colega de turma os dois não paravam de me encher o saco. Criticavam tudo o que o Tadeu fazia, falava ou gostava, diziam o tempo todo que ele não era homem para mim. Se metiam tanto no nosso relacionamento e estavam presentes praticamente 24 horas por dia, 7 dias por semana mal nos dando uma folga para namorar sossegados.

– Qual é a tua com esses dois, não saem do seu pé, até parece que são eles que namoram com você tão folgados são? – questionou-me o Tadeu quando se sentiu em segundo plano.

– Já te falei que os dois são uns pentelhos, que se metem na minha vida desde que nos conhecemos, é o jeito deles! – respondi

– Você dá margem para que isso aconteça! Se realmente não quisesse que eles interferissem tanto, já teria colocado um ponto final nessa história. Que saco, Jens, não consigo nem te dar uns amassos e logo aparece um deles quebrando meu barato. – reclamou

– Você não devia se incomodar tanto, é por isso que eles abusam, sabem que você não gosta e ficam provocando. Depois eu não me canso de te dizer que é você que eu amo, que é com você que quero ficar! – afirmei

– Às vezes tenho dúvidas quanto a isso! Você é cheio de carinhos para com eles, nutre a safadeza deles, aceita tudo o que eles fazem. – declarou

– Não seja bobinho! Pergunte a esse aqui quem é que eu cubro de carinho, duvido que ele pense como você! – exclamei, pagando na rola dele e deslizando sensualmente minha mão sobre a calça dele.

– Isso é golpe baixo, sabia? Você tem meia hora para tirar essa mão safada daí! – devolveu ele sorrindo maliciosamente.

– Só meia hora? É pouco tempo para eu brincar com ele, afagar o sacão e dar umas chupadinhas! – retruquei aliciador.

– Safado! Só vou te soltar depois de deixar esse cuzinho todo arregaçado! – sussurrou ele, apertando minha bunda com força numa pegada viril e predadora.

Por fim, meu relacionamento com o Tadeu ruiu, ele não conseguia lidar com a concorrência do Piero e do Vito, e me deixou. Fiquei tão mal que briguei com os dois, culpando-os pelo fracasso do nosso relacionamento. Porém, eu sentia algo pelos dois que estava acima do meu entendimento, aquela amizade peculiar era mais forte do que tudo que eu já senti na vida. Ambos se empenharam tanto em me bajular até que eu cedi e voltamos às boas, como amigos como sempre fomos. Eu não esperava outra coisa desses dois, entraram na minha vida para me azucrinar, para fazer dela um calvário, para me provar que amizades podem ser tão intensas quanto qualquer outro relacionamento. Por isso, vivíamos brigando e nos reconciliando feito um casal que briga durante o dia e passa a noite fazendo amor.

Por imperar esse sentimento entre nós é que, de vez quando, a carne falava mais alto e eu acabava transando ora com o Piero, ora com o Vito. Não era sempre e nem constante, mas parecia haver um capetinha disposto a nos atiçar, e quando isso acontecia, eu levava uma rola no cu até ficar com as pregas rasgadas e uma porrada de jatos de esperma melecando meu rabo. Nunca revelei e nenhum deles o que fazia com o outro, tinha receio que isso os fizesse brigar e acabar com aquela amizade tão especial. Eu não tinha certeza, mas acreditava que nenhum deles também falou sobre isso com o outro, talvez pela mesma razão que eu omitia essas transas.

O carinha da mesa ao lado não desistia, continuava de olho em mim, me dirigia um sorriso discreto cheio de sensualidade. Não parava de alisar o cacete dentro da bermuda e lutava consigo mesmo para não deixar aquela ereção denunciar seu tesão. Confesso que estava me divertindo com isso, eu já tinha sentido outras vezes o poder contido no meu corpo e na minha sexualidade, capaz de excitar os homens, me desejando. Quanto mais reparava nele por trás dos óculos de sol, mais bonito, interessante e másculo eu o achava. Passar uma noite toda nos braços dele devia ser uma experiência maravilhosa, e era isso que não me deixava perder o interesse por ele. Por seu lado, ele ia deixando a discrição e se mostrava abertamente interessado.

– Não vai ter outro jeito, vamos ter que quebrar a cara daquele filho da puta! – sentenciou o Piero, batendo a taça de vinho que tinha na mão com tanta força na mesa que ela se espatifou.

– É para já! Vamos ver se depois de uma boa lição ele ainda vai pensar em cobiçar o que é dos outros! – concordou o Vito.

– Eu juro que se vocês arrumarem qualquer confusãozinha, por menor que seja, com aqueles caras eu pego o primeiro avião e volto para o Brasil e nunca mais olho na cara de nenhum de vocês! – ameacei, temendo uma pancadaria iminente.

Levantei-me e fui ao banheiro, isso talvez arrefecesse os ânimos, o cara ia parar de me secar, os dois iam se distrair com outras coisas, afinal a praça estava cheia.

Tente conter um garanhão e impedi-lo de chegar a uma égua no cio, é uma tarefa quase impossível. Pois foi algo parecido o que aconteceu quando me dirigi ao banheiro, o carinha me seguiu e não calculou o perigo, ou nem se importou com ele. Estava tão obstinado que não pensava noutra coisa que não enfiar sua jeba sedenta na minha bunda. E, foi assim, que ele veio parar ao meu lado no mictório do restaurante, para me seduzir. Abriu a braguilha da bermuda e a chulapa despencou lá de dentro pesada e cabeçuda. Ele nem precisou segurá-la, pois já estava meio dura e soltou o jato grosso e ruidoso de urina contra a parede do mictório. Voltou-se na minha direção, me encarando com um sorriso provocante e, ao mesmo tempo, imodesto. Se sua intenção foi me impressionar, conseguiu. Devolvi-lhe um sorriso acanhado guiando a urina segurando meu pinto tão acanhado quanto. Assim, à pouca distância, me pareceu ainda mais bonito e viril. É certo que a visão daquele caralhão grosso colaborava para essa impressão. Ele foi sutil ao fixar o olhar na minha bunda, mas não o bastante para que passasse despercebido; creio até que sua intenção foi exatamente essa, deixar explícito o que cobiçava.

Ele começou a puxar papo enquanto ainda urinava, eu já tinha guardado meu pinto e me dirigia ao lavatório. Não tinha como lhe ser indiferente, ele era sexy, charmoso, seu sorriso cativante parecia estar abrindo um rombo no meu peito para que ele pudesse se alojar nele. Quanto mais eu olhava para aquela mangueirona despejando seu conteúdo, menos cabeça eu tinha para pensar em outra coisa. Eu respondi ao galanteio dele, dei abertura para que avançasse, não era apenas eu quem o queria mais próximo, meu cuzinho estava ainda mais sequioso daquele macho do que eu. Havia algo tão forte nos atraindo que, se ele me pedisse para trepar ali e naquele instante, eu não teria hesitado nem por um segundo. Nossos corpos clamavam pela conjunção carnal, libidinosa, devassa, pecaminosa.

– Esse é o Alessandro! Alex! Meus amigos Piero e Vito! – exclamei, apresentando-os ao regressar à mesa, de onde os dois me encaravam como se quisessem me trucidar.

– Piacere di conoscervi! – cumprimentou o Alex, sabendo que, de certa forma, estava provocando os dois e me sentia satisfeito por fazê-lo.

– Piacere! – devolveram o Piero e o Vito, com a mesma gana de trucidá-lo com a qual me encaravam.

Convidei-o a se juntar a nós, bem como seus amigos que logo aceitaram o convite e arrastaram a mesa que ocupavam para junto da nossa. Eram uns caras legais, se mostraram gentis e interessados em nossa viagem pela Itália e nos encheram de perguntas, onde já estivemos, do que mais gostamos, para onde seguiríamos dali, se precisávamos de algumas dicas e por aí vai. Era eu quem respondia às perguntas, o Piero e o Vito se limitaram a rosnar umas poucas palavras com as caras fechadas. Não fosse a minha total descontração e empatia, o clima teria sido pesado. A derradeira gota d’água para o copo transbordar se deu quando o Alex passou o braço primeiro e discretamente sobre o espaldar da minha cadeira, e pouco depois, diretamente sobre meus ombros enquanto sua mão se movia sobre um deles. Ambos arregalaram os olhos simultânea e instantaneamente, aquilo já era provocação demais, e não iam tolerar tamanho abuso.

– Bem, está na nossa hora, temos que ir! – blefou o Piero, levantando e já me puxando junto com ele.

– Temos um programa para essa noite! Venha Jens, agora! – disse o Vito, quase me atropelando com seu corpão ao deixar a mesa.

– O que vão fazer? Talvez possamos acompanhá-los, nessa época do ano rolam umas baladas muito maneiras, podemos levá-los! – propôs o Alex.

– Ah, legal! Estávamos mesmo procurando por uma balada para mais tarde. – afirmei, aceitando a oferta, pois isso me manteria por mais algum tempo perto do Alex.

– Talvez outro dia! Hoje já está tudo acertado! Até mais! – respondeu o Piero por mim, apertando meu braço com tanta força que esmagava meus bíceps ao me arrastar como se eu fosse um boneco, o que deixou o Alex irritado pela grosseria como eu estava sendo tratado.

– Então você vem conosco! – retrucou o Alex, me detendo. – Solta o braço dele! – determinou ao Piero.

– Chi credi di essere, figlio di puttana? (=Quem você pensa que é, filho da puta?) – questionou o Piero, elevando o tom de voz de modo que nas mesas ao redor todos ficaram sabendo da treta que estava rolando.

O Alex nem se deu ao trabalho de responder, cerrou o punho e o desferiu no rosto do Piero. O Vito interveio a favor do amigo e os colegas do Alex a favor dele, minutos depois, com mesas e cadeiras tombadas, clientes assustados fugindo sem pagar as contas, quatro carabinieri acabaram com a confusão e nos levaram ao departamento de polícia. Eu estava tão puto com os dois que nem me atrevia a encará-los, caso contrário, eu mesmo continuaria a socar os desgraçados.

– Estão contentes agora? Era esse o programa que planejaram para essa noite, passar horas numa delegacia de polícia? O que deu em vocês, seus malucos? – questionei, enquanto ambos me lançavam olhares de vítimas.

– Foi aquele filho da puta que começou! – respondeu o Piero, apontando para o Alex sentado com os amigos no banco em frente ao nosso.

– Não! Foram vocês que provocaram, que ficaram com essas caras mal-humoradas, que nem se dignaram a conversar com eles. Muito civilizado da parte de vocês! – retruquei

– A culpa é sua, Jens! Por que trouxe o sujeitinho para a nossa mesa, você sabia que a gente já estava puto com ele por ficar te secando? Se estava com tanta vontade de dar o cu, era só ter me avisado que eu providenciava na mesma hora! Não precisava ficar se engraçando para esse carcamano dos infernos. – devolveu o Piero.

– Vou fingir que não ouvi isso, Piero! Você passou dos limites!

– Então por que você deixou esse cara chegar junto de você? Está na cara que ele quer te enrabar e, pelo visto, você está torcendo para isso acontecer! – intrometeu-se o Vito. – Qual é a sua, Jens? Caralho, você é foda! – acrescentou

– O que você quer dizer com isso, seu babaca? Quer dizer que eu agora nem posso flertar com alguém, ou me interessar por um cara sem prestar contas a vocês dois? Quero ter minhas próprias experiências, sem os dois ficarem me controlando o tempo todo. – revidei

– Experiências? Chama de experiência aquele sujeitinho querer enfiar a pica dele no seu cu? Eu posso te dar essa experiência quando e como você quiser! – declarou o Vito

– Sim, experiência! Como vou saber se pode rolar algo de interessante entre mim e o Alex se não experimentar?

– Puto! Busone! (= gay que gosta de levar no cu) Ficaiola del cazzo! (bichinha do caralho!) Você é um puto, Jens! Cacete, cara! Está mesmo pensando em dar o cu para esse … esse … maiale farabutto? (= porco castrado filho da puta)

– Chega! Chega, Vito! Manera essa sua boca! – protestei, quando o Alex ameaçou partir novamente para cima dele em plena delegacia.

Era madrugada quando fomos liberados e pudemos voltar para o hotel. O Alex se ofereceu para me hospedar na casa dele, se aproveitando da minha zanga com os dois. Eu aceitei, só para deixá-los ainda mais putos e contrariados. Era pouco pelo que me fizeram passar. Por pouco não começaram a se espancar ali mesmo, no meio da rua em frente à delegacia.

O Alex morava com a irmã num apartamento não distante dali. Pelo visto tinha uma boa condição financeira, pois o apartamento era espetacular. A irmã dele saiu do quarto meio sonolenta quando ouviu o barulho vindo da sala, onde eu aplicava compressas geladas e limpava o sangue dos ferimentos da cara dele deixados pelos punhos do Piero.

– Cosa ti è successo al viso? (= O que aconteceu com a sua cara?) – questionou ela, vindo conferir o rosto estropiado do irmão.

– Niente di cui preoccuparsi, solo un piccolo intoppo! (= nada com que se preocupar, só um pequeno contratempo) – respondeu ele

– Se questo è un intoppo, mi chiedo cosa sai uma faccia incasinata. (=se isso é um contratempo eu me pergunto o que é uma cara estropiada) Torno a dormire cè già qualcuno che si prende cura di te! (= Vou voltar a dormir, já tem quem cuide de você). Spero che ne sia valsa la pena (= espero que tenha valido à pena). Buona notte! – sentenciou me encarando e sabendo perfeitamente que eu era o responsável por aquilo.

– È stata culpa mia! (= a culpa foi minha!) – afirmei constrangido, embora essa informação lhe fosse irrelevante, pois conhecia muito bem o irmão e sua tara por caras como eu; corpo esguio e estruturado, rosto harmonioso e imberbe, pele clara, cabelos lisos quase loiros, olhos azuis e aquele par de coxonas musculosas que iam se encontrar com a bunda volumosa dentro daquele short.

– Não foi culpa sua! – asseverou o Alex, tomando meu queixo em sua mão, o que me provocou um arrepio sensual. – Estou feliz que esteja aqui comigo! Valeu muito à pena! Valeu mesmo! – emendou, antes que eu pudesse falar qualquer coisa.

– Bobalhão! – devolvi sorrindo. – Vai ficar com a cara marcada por uma semana!

– Ficaria com ela marcada para sempre só para ter você! – devolveu ele, bem ao estilo dos machos italianos conquistadores. Eu afaguei o rosto dele, deslizando as pontas dos dedos suavemente sobre aquela barba hirsuta, enquanto o olhar dele penetrava no meu.

O beijo aconteceu em seguida. Ele se aproximou devagar, ficou parado por uns instantes a poucos centímetros do meu rosto, dava para sentir a respiração dele roçando meus lábios. Eu completei o restante do trajeto, cobrindo a boca dele com a minha e a abrindo para que ele capturasse meu lábio inferior entre os dentes. A língua dele entrou em mim lentamente, intrépida, quente e úmida fazendo meu corpo todo estremecer e o ânus se contrair. Ele era delicioso, conforme constatei ao chupar sua língua em minha boca.

– Ai! – escapou-lhe quando meu rosto fez pressão sobre um dos ferimentos, que já começava a edemaciar.

– Desculpe! – toquei o local suavemente. – Acho melhor eu voltar para o hotel, você precisa se recuperar. Foi um dia exaustivo e complicado! Foi a primeira vez que fui parar numa delegacia de polícia! – sentenciei.

– Não! Fique! Me perdoe por ter causado esse transtorno. Vou me recuperar melhor com você aninhado a mim! – retrucou ele, me detendo. – Não precisamos fazer nada se você não quiser, podemos apenas dormir juntos, mas fique comigo. – com essa frase ele acabou de ganhar muitos pontos comigo. Que homem abre mão de uma transa quando não fez outra coisa nas últimas horas que não me cobiçar obstinadamente e, de repente, se sujeitar tão somente a me ter em seus braços, quando ambos sentíamos a luxúria correndo nas veias?

Seus braços me envolveram e me puxaram para junto dele até nossos troncos se tocarem. Dava para sentir o coração acelerado dele batendo. Uma das mãos dele desceu pelas minhas costas, entrou sorrateira e lascivamente no short e deslizou ávida sobre as minhas nádegas polpudas e quentes. Ele soltou um leve grunhido com a boca colada na minha. Eu só pensava em aninhar aquele macho dentro de mim, e o acompanhei até o quarto onde tive as minhas roupas retiradas sob seu olhar ganancioso até ficar completamente nu. Ajudei-o a tirar as dele, pois o corpo esmurrado pelo Piero e pelo Vito ainda se ressentia dos socos que levou durante a briga. Havia hematomas por todo lugar e, à medida que o despia, afagava sutilmente cada um deles até deixá-lo totalmente pelado. Era uma visão de ensandecer qualquer um, especialmente um gay como eu que sempre fui tarado por machos parrudos. Ele sorriu satisfeito quando notou o quanto seu físico e seus atributos me excitavam. Nu ele parecia ainda maior, o tronco enorme formando um trapézio pelo qual se distribuíam pelos sensuais, os braços fortes e musculosos, o abdômen sarado pelo qual descia uma trilha de pelos negros que iam se juntar aos pubianos fartos ao redor de seus genitais enormes. Agora eu podia contemplar por inteiro aquele colosso que ele me exibiu junto ao mictório, era de acalorar as pregas anais. Tudo isso se apoiava sobre coxas e pernas grossas e musculosas, voluptuosamente peludas.

– Gosta? – perguntou ao notar o brilho libertino no meu olhar

– Muito! – respondi sincero.

– Você é um tesão de tão lindo! Nunca me senti tão atraído por alguém quanto por você! Quando te vi chegando na Piazza Duomo todo descontraído, um sorriso generoso, a maneira curiosa como admirava as pessoas e a paisagem, o jeito como sorriu para o rapaz do restaurante que os atendeu, a maneira como segurava a taça de vinho enquanto conversava, meu pau não me dava trégua, endurecia e eu me forçava a acalmá-lo, mas ele não me obedecia. Como, aliás, está fazendo agora novamente. – revelou ele, enquanto a jeba se avolumava.

– Aposto que já disse isso a centenas de garotas e caras, você é o típico bajulador italiano, sempre disposto a se dar bem. Mas, só por hoje e por essa cara estropiada, vou fingir que sou o primeiro a quem você passa essa cantada. – devolvi. Ele sorriu malicioso.

– Conhece tão bem assim os homens italianos? Sabe que toda regra tem suas exceções! – exclamou, quando minha boca já estava cheia de saliva por aquele falo pendendo pesado no meio das coxas dele.

– Convivo com dois descendentes há um bocado de anos, sei do que estou falando! – devolvi.

– Aqueles dois farabutti? Então está na hora de você conhecer um maschio italiano de verdade!

Assim que ele voltou a me puxar para junto dele e me apertou em seus braços eu simplesmente fechei os olhos e o deixei vasculhar meu corpo com suas mãos vorazes e quentes. Entramos na cama, ele se recostou na cabeceira abriu as pernas de onde o cacetão parecia brotar como uma planta em crescimento. Beijei cuidadosamente o rosto dele, tentando não tocar nos ferimentos inchados, ele começava a arfar. Desci pela borda da mandíbula para o pescoço onde ele parecia sentir cócegas, pois imediatamente agarrou minha cabeça. Lentamente segui para os ombros, mordisquei a pele de um deles, deixei minha boca rumar em direção ao centro do tórax dele, pousando beijos úmidos sobre os pelos que as pontas dos meus dedos revolviam. Tateei sobre os mamilos, beijei um deles, lambi-o só com a ponta da língua, ele soltou o primeiro gemido, contido, mas lascivo. Fui mordiscando a pele do abdômen o que também lhe provocava cócegas fazendo-o se agitar e contorcer, até chegar à virilha. Afundei a mão naquele chumaço de pentelhos grossos e encaracolados, contornei o caralhão grosso que pulsava e mais se parecia a um poste de tão rijo e distendido, e acomodei o sacão pesado na palma da mão antes de fechá-la palpando e massageando os dois testículos consistentes. O arfar dele se transformou num grunhido rouco. Aspirei o perfume almiscarado, que vinha acompanhado do vazamento, pela uretra larga da chapeleta, de um pré-gozo viscoso e espesso. Segurei a rola latejante com firmeza e abocanhei a cabeçorra, começando a sorver aquele visco translúcido. Ambas mãos dele se fecharam nos meus cabelos. Tentei colocar o máximo daquele cacetão na boca, mas por mais esforço que fizesse, só consegui engolir a cabeçorra estufada. O Alex, forçando minha cabeça, também tentou socar a rola mais fundo na minha garganta, mas tudo que conseguiu foi me fazer sufocar com ela entalada na goela. Minha saliva se misturava com o pré-gozo dele e eu chupava e engolia tudo aquilo fazendo o Alex grunhir e se contorcer todo. De quando em quando eu dava uma trégua, apenas lambendo e mordiscando o caralhão ao longo de toda sua extensão, colocando uma das bolas peludas na boca e chupando-a até ele se retesar quase explodindo em gozo.

– Mi uccederai arrapato, succhiandomi in quel modo! (= Vai me matar de tesão me chupando desse jeito!) – ronronou ele, erguendo os quadris para socar a jeba na minha garganta.

Eu o mamava com afinco e devoção, seu sumo era delicioso, ouvi-lo gemendo me deixava maluco. Minha mão inquieta e espalmada sobre seu abdômen acariciava-o e, através dela pude sentir como a musculatura dele começou a se retesar. Ele advertiu que ia gozar, eu ignorei e continuei chupando o falo suculento até ele agarrar minha cabeleira com força e ejacular na minha boca, mal me dando tempo para engolir toda aquela porra leitosa que ele despejava dentro dela me fazendo perder o fôlego. Só me dei por satisfeito depois de haver lambido e limpado todo caralho dele, e de ver o sorriso doce e prazeroso dele me encarando em êxtase.

– Gostou? – perguntei, já sabendo a resposta.

– Molto, moltissimo mio tesoro! (= Muito, muitíssimo, meu querido!)

Ele me puxou sobre o tórax dele, onde a quentura, sua respiração compassada e o toque da pele e dos pelos no meu rosto me fez adormecer. Não sei precisar quando ele pegou no sono, talvez depois daquele cacetão, que eu acariciava até o sono me dominar, amolecer de vez. Acordei com a claridade batendo no meu rosto. A cama ao meu lado estava vazia, chamei por ele, mas não obtive resposta. Teria dormido tanto que já se fazia tarde? Espreguicei-me naqueles lençóis que guardavam o cheiro dele, abracei o travesseiro sobre o qual ele dormiu e o cheirei, não tinha como não ficar excitado, o aroma másculo estava em tudo naquele quarto. Quando estava prestes a me levantar e sair à procura dele, ele entrou no quarto trazendo uma bandeja com o café da manhã.

– Não é igual ao de um hotel, mas acho que dá para o gasto! – disse ele, com o mais doce e feliz sorriso que eu já vi. Junto com a bandeja ganhei um beijo nos lábios.

– Vai me deixar mal-acostumado! Obrigado, Alex! – respondi, segurando meu rosto hirsuto entre as mãos.

– É essa a intenção! Depois de ontem à noite, foi assim que você me deixou! Fico de pau duro só de me lembrar da sua boca trabalhando nele. – confessou.

– Você fica de pau duro só com a passagem de uma brisa! – debochei. Ele riu, se sentou ao meu lado e tomamos o café juntos.

– Vou te levar até a ilha de Capri hoje, temos que nos apressar para pegar a primeira barca, ela sai pouco depois das 9h30m. – disse ele, todo disposto feito um garotinho entrando em férias.

– Tenho que passar no hotel antes, tomar um banho, trocar de roupa e pegar algumas coisas. – avisei.

– O banho você vai tomar comigo aqui, daqui a pouco! – exclamou me mostrando sua ereção, pois o safado continuava nu.

Quase perdemos a noção do tempo debaixo da ducha, a tentação dos corpos nus e disponíveis não deixava pensar em mais nada. Corri até o hotel, o Piero e o Vito ainda estavam na cama, a que estava destinada a mim, no meio das deles, estava intacta.

– O Alex vai me levar a Capri hoje, não precisam esperar por mim. – comuniquei, enquanto trocava de roupa e juntava alguns pertences na mochila

– Jens, sua piranha do caralho! Você passou a noite com aquele filho da puta depois de tudo o que ele fez? Não consigo acreditar, que merda, Jens! Nós estávamos preocupados com o seu paradeiro depois da delegacia, e você foi dar o cu para o desgraçado, é isso? – vociferou exaltado o Piero.

– O que foi que ele fez, hein Piero? Fala para mim, o que foi que ele fez? Devolveu os socos que você começou a dar nele? Nem consigo olhar para essa sua cara de cafajeste! Você começou a briga, Piero! Você e você, Vito, não pense que não estou puto com você também!

– E o desgraçado que te enrabou é o santo, é isso? – questionou o Vito. – Você é um puto, Jens! Um puto do cacete que não pode ver um macho e já quer dar o cu para ele! A culpa da briga e, de toda aquela merda que aconteceu depois, foi sua! – me acusou

– Minha? A culpa foi minha, é lógico! Um cara não pode nem me paquerar que vocês dois já caem matando em cima dele. Eu estou farto disso! O Tadeu me deixou por causa de vocês dois, pois ninguém aguenta dois pentelhos enchendo o saco e se metendo em tudo o tempo todo! – despejei raivoso

– Ele não era homem para você! – afirmou o Piero.

– E é você quem decide isso? Nenhum cara que chega em mim é o homem certo, por que vocês decidem isso. Mas, acabou, eu não vou mais tolerar vocês dois se metendo na minha vida! Eu devo passar a semana toda com o Alex, ele se prontificou a me mostrar todas as cidades e vilas da costa Amalfitana, e eu aceitei. Ele é maravilhoso e eu não vou perder a chance de conhecer um cara como ele, só porque vocês dois não saem do meu pé! – revelei

– A semana toda? Ficou doido? De jeito nenhum! O cara é um tarado, pode aprontar mil e uma com você! – sentenciou impositivo o Vito.

– Eu não estou pedindo permissão, eu estou simplesmente comunicando que não precisam contar comigo durante essa semana, pois vou ficar com ele. – retruquei

– E a nossa viagem, planejamos isso durante anos, como fica? Está tudo certo para ficarmos na casa do primo do Piero, ontem mesmo confirmamos tudo. Você não pode simplesmente mudar tudo e seguir esse filho da puta para onde ele quiser te levar. – continuou o Vito

– Eu nem sei se vai haver mais viagem com vocês depois dessa semana. Por hora, o que eu sei, é que vou para Capri com um cara lindo, gentil, atencioso e carinhoso. Não vou perder isso por nada, muito menos por dois imbecis que só me atravancam a vida. – despejei irado

– Depois, quando ele cansar de te foder, te der um pé na bunda e te machucar vamos ver se vai continuar achando ele tão maravilhoso assim! – disse o Piero

– Não sou nenhuma criança, sei cuidar de mim! Por enquanto, os únicos que me machucaram e me magoaram foram vocês. – afirmei. – Não precisam me esperar, não sei a que horas volto e muito provavelmente vou dormir na casa do Alex outra vez.

– Puto! Puto! Estou louco de vontade de te encher de porrada, Jens! – exclamou raivoso o Piero, socando a cama feito um alucinado. – Aquele farabutto vai foder seu cu, Jens! Que merda! Cazzo Jens, você não pode fazer isso comigo! – continuou resmungando inconformado quando os deixei.

À medida que a semana transcorria, com o Alex me levando a lugares pitorescos e me mostrando toda a exuberância e romantismo da costa Amalfitana, eu precisei me esforçar para não me apaixonar por ele. Nunca estive com um cara como ele que não via em mim apenas um corpo que lhe dava tesão e uma bunda onde pudesse alojar seu cacete quando suas necessidades primais clamavam por isso. Ele me tratava como um ser completo, com sentimentos, com aspirações, até com problemas que todos nós temos. Nosso entrosamento ia muito além do carnal, das transas tórridas e quase selvagens que tivemos, dos receios que cada um se negava a enxergar para que aquela magia não se quebrasse. Porém, como tudo na vida, chega o dia em que nos vemos diante de uma encruzilhada sem saber qual é a direção acertada a seguir. Esse dia chegou no domingo em que ele me trouxe de volta ao hotel. No dia seguinte, eu deveria seguir viagem com o Vito e o Piero continuando nosso roteiro até a casa do primo do Piero em Nápoles onde ficaríamos hospedados por alguns dias antes de seguir para Roma.

Eles me viram chegar, passado um pouco das 22h, pelos arcos do terraço do hotel onde haviam terminado de jantar. O Alex estacionou propositalmente mais adiante, embora ainda pudessem nos ver.

– Vai me dar notícias suas? – perguntou ele, muito sério e compenetrado, contrastando com todos os outros dias e momentos da nossa viagem. Estava emocionado, e não era preciso ser um gênio para perceber.

– Sim! E você? – as palavras curtas iam evitar que eu começasse a chorar.

– Claro! Fique aqui comigo, Jens! Não vá embora! Pode parecer precipitado e até descabido da minha parte, mas nunca conheci alguém como você. Eu me apaixonei, Jens! Me apaixonei e não quero te perder. – confessou ele, segurando minha mão que tremia descontrolada como todo meu corpo.

– Você é um cara incrível, Alex! Me sinto completo e realizado ao seu lado, mas tenho uma vida do outro lado do Atlântico. Tudo o que eu tenho está lá. – afirmei com a voz embargada.

– Deixe tudo, venha viver comigo! Vou te fazer feliz todos os dias de nossas vidas, eu prometo! – a segurança dele era inabalável.

– Não é uma decisão fácil, preciso de tempo, há muitas coisas em jogo! Só o fato de estar apaixonado por você não é o bastante. – devolvi

Ele me puxou para junto dele, onde sabia que eu teria ainda mais dificuldade de lhe dar um – não – como resposta. Não sei explicar o tamanho da dor que senti naquele momento, quando o calor dele parecia estar entrando no meu corpo como ele o fizera com seu membro indômito todos aqueles dias. Ele sabia que o que estava me pedindo era quase impossível, mas arriscou, apostou em todas as suas cartas. Quando viu surgir a primeira lágrima do canto do meu olho, a conteve carinhosamente com o polegar, sabia da dor que estava me dominando.

– Vou te dar todo o tempo que precisar! Só vou te pedir para não me esquecer, para se esforçar ao máximo para voltar para mim. Eu te quero, preciso de você! – exclamou, quando me deu o mais condoído beijo que trocamos, ambos estavam sofrendo, e aquele beijo refletia todo esse sofrimento apesar da doçura e da intensidade dele.

O Alex ainda me agarrou mais uma vez do lado de fora do carro, antes de me deixar entrar no hotel. Eu não queria sair dos braços daquele homem, queria passar a eternidade sentindo o tronco dele colado no meu. Inspirei fundo, tinha que ser, eu precisava dizer um – Ciao! – mesmo que isso significasse um adeus definitivo. Entrei a passos largos no hotel, sem olhar para trás, pois sabia que ia perder a coragem e voltar correndo para os braços dele.

– Até que enfim! Resolveu voltar? – questionou o Vito quando me interpelaram no meio do caminho.

– Cansou de dar o cu para o sujeitinho? – perguntou o Piero, sem um pingo de tato. – Sobrou alguma prega inteira?

– Vão se foder! Vão se foder! – respondi elevando o tom de voz.

– Não acredito que você está chorando por esse cretino, Jens! – exclamou o Vito quando notou minhas lágrimas descendo pelo rosto. Ambos silenciaram, ficaram sem jeito de continuar me interrogando.

– Ele não é um cretino! É o cara mais incrível e maravilhoso que eu já conheci. Me deixem em paz! – devolvi, seguindo para a suíte, seguido de perto por eles.

– Seu putinho idiota! Alguns dias levando a caceta do cretino no cuzinho e você se apaixonou por ele! Só pode ser brincadeira! – afirmou o Piero.

– Cala essa sua boca, Piero! Não aguento nem ouvir a sua voz! Não agora, não agora, por favor! – não conseguia segurar o choro.

– Você não pode ser ingênuo, Jens! Esse desgraçado só estava a fim do seu cu, será que você não consegue enxergar algo tão banal? – questionou o Vito.

– Posso parecer um ingênuo para vocês, mas esse homem me fez sentir a pessoa mais realizada desse mundo. É certo que ele quis sexo comigo desde o primeiro instante que me viu, e isso foi recíproco. Porém, esse homem não cobiçava apenas a minha bunda, ele caminhou comigo de mãos dadas, ele me abraçava a todo instante, ele me cobriu de beijos cheios de ternura e carinho, ele demonstrava a todo instante o que eu significava para ele, não se escondia, não fingia que nada tinha acontecido depois de transarmos. Não há nada ingênuo em mim, só o sentimento de paixão por esse cara que vocês dois, cretinos, chamam de interesseiro.

Os dois se calaram, sabiam que minhas críticas eram dirigidas a eles e ao comportamento que sempre tiveram comigo, de transar quando precisavam e depois ignorar o que aconteceu, sempre me deixando confuso com relação ao que verdadeiramente sentiam por mim. Tomei uma ducha e me enfiei na cama, não só o dia e a semana haviam terminado, terminara também todo aquele sonho que acalentei durante aqueles dias com o Alex.

Não estava nem um pouco animado para seguir viagem na manhã seguinte, tinha sonhado a noite toda com o Alex, tinha sonhado que havia deixado tudo para trás e me mudado para o apartamento dele, tinha sonhado que ele era meu marido e tínhamos uma vida toda pela frente. Os dois perceberam que toda cautela seria pouca para me abordar, por isso se mantiveram em silêncio durante quase toda a viagem até Nápoles. Sentado no banco de trás do carro, às vezes me via obrigado a secar as lágrimas, o que deixava os dois ainda mais perturbados, nunca tinham me visto tão triste.

– Estou pensando em pegar um trem para Roma e antecipar o voo de volta ao Brasil quando chegarmos a Nápoles. Perdi o tesão pela viagem. – revelei pouco antes de chegarmos a casa do primo do Piero.

– Você não pode estar falando sério, Jens! Que raio de droga tinha na porra que esse sujeitinho inoculou em você para te deixar todo besta? – indagou o Piero

– Nem pense numa bobagem dessas, Jens! O que você está sentindo não é paixão, é apenas um deslumbramento por esse fara… – ele não se atreveu a terminar a frase, sabia que ia me magoar ainda mais.

– É a nossa viagem, é o nosso sonho, você não pode nos deixar só porque esse sujeitinho entrou na jogada. – sentenciou o Piero

– O que posso fazer, se perdi o tesão? Quero ir para casa, quero estar com a minha família, é pedir muito?

– É! Daqui a um ou dois dias você nem vai mais se lembrar do fara… do sujeitinho, quero dizer! Enquanto nós vamos estar aqui com você, curtindo essa viagem que vai marcar nossas vidas para sempre. Não desista, Jens! – pela primeira vez a voz do Vito foi serena e até tinha algo de doce.

– Por nós, Jens, não desista! – completou o Piero, vindo me abraçar quando descemos do carro diante da casa do primo dele. – E pare de chorar, está com uma cara horrível, vão pensar que demos uma surra em você. – gracejou, cutucando meus flancos onde eu morria de cócegas.

– Vou me lembrar do Alex nem que viva cem anos! – afirmei, o que fez os dois se entreolharem a se darem conta de que aquilo não foi uma aventura inconsequente e fugaz, que ele havia deixado marcas em mim difíceis de alguém superar.

Convenceram-me. Segui com eles até se completar o mês que havíamos planejado, chegando ao norte da Itália e passando por Florença, pelo minúsculo San Marino, depois Bolonha, Genova, Turim, Milão e Veneza. Contudo, um pouco do brilho e entusiasmo do início da viagem havia se perdido. Tinha ficado no saudosismo do corpão do Alex, nos seus afagos, nos seus beijos carregados da mais amorosa tara. Ele me ligava todos os dias, geralmente a noite antes de eu me deitar. Precisava me afastar dos dois, pois não queria que me ouvissem falar da falta que ele estava me fazendo.

Nosso voo de regresso ao Brasil ia partir do aeroporto de Fiumiccino no começo da tarde de um sábado, havíamos chegado cedo e feito check-in. Com tempo de sobra, percorremos as lojas do aeroporto para compras de última hora. O movimento dos aviões nas pistas e nos terminais era incessante, visto através dos enormes janelões do saguão de embarque, o que me deixou novamente melancólico, como se eu estivesse abandonando ou perdendo algo de muito valioso.

– Está pensando no fara…. no sujeitinho de novo, Jens? Cazzo, foi uma aventura, foram algumas trepadas, podem ter sido até bem gostosas, mas foram só trepadas, Jens! Mete isso nessa sua cabeça de vento romântica! O cafajeste tem a vida dele aqui, já nem se lembra mais de você, talvez ainda um pouco do seu cuzinho, e você tem a sua vida no brasil, esquece isso, porra! – sentenciou o Piero, quando notou minha tristeza voltando.

Mal ele concluiu seu discurso desdenhoso, alguém chamou meu nome. Reconheci a voz grave imediatamente, procurei ao meu redor e, de repente, o vi se aproximando. Jeans moldando suas pernas musculosas e o volumão que havia entre as, uma camisa listrada de azul e branco com os dois primeiros botões abertos onde apareciam os pelos negros e sensuais que acariciei todas as noites e vezes em que transamos, a barba por fazer, e o sorriso que não tinha outro igual.

– Alex! – exclamei eufórico, correndo na direção dos braços abertos dele.

– Jens, mio Jens! Mio ragazzo arrapato! – exclamou ele, rodando comigo no ar pendurado ao pescoço dele.

Quando vi as caras do Piero e do Vito percebi que só agora estavam tendo a exata dimensão do que aconteceu entre mim e o Alex, pois não estavam apenas perplexos, mas chocados e com ciúme. Eu não tinha tempo a perder com a indignação dos dois, precisava e queria aproveitar ao máximo aqueles minutos finais que me restavam na companhia do primeiro homem que me fez sentir a pessoa mais especial desse mundo. Fomos a um canto menos movimentado e trocamos as últimas promessas, carícias e beijos sem nos importarmos com eventuais olhares atravessados ou até invejosos. O beijo de despedida foi longo, ele segurava meu rosto entre as mãos e eu chupava a língua dele como se o néctar que havia em sua boca fosse um bálsamo capaz de curar toda a tristeza que aquela partida ensejava. Fui o último passageiro a passar pelo portão de embarque, olhava para trás e não conseguia perder aquela silhueta viril de vista; fiz um aceno e ele retribuiu. Acomodei-me na poltrona e deixei as lágrimas caírem em silêncio, com o Vito de um lado e o Piero do outro, só me afundei em mim mesmo. Nenhum dos dois disse nada.

Eu trabalhava numa grande instituição financeira alemã espalhada por diversos países desde que me formei. Algumas semanas depois de voltar das férias viajando pela Itália, fui convocado à sala do meu diretor. Ele me acenou com uma proposta que nenhum dos meus colegas na mesma posição recusaria, ser transferido para a matriz em Munique atrelada a uma promoção com aumento de salário. Ele próprio estava regressando para a matriz e, conhecendo meu trabalho e havendo criado um bom relacionamento comigo durante os anos em que atuou no Brasil, ele queria me levar consigo para esse novo desafio. Como essa transferência implicava em muitas mudanças, ele me concedeu um mês para lhe dar uma resposta. Eu mal cabia em mim de tanta felicidade quando contei a novidade aos meus pais, que também estavam cogitando um regresso à terra natal onde residiam quase todos os nossos parentes.

A primeira coisa na qual pensei foi a possibilidade de estar novamente mais perto do Alex. Um voo de 1h40m entre Munique e Nápoles, mais um trem saindo a cada 30 minutos de Nápoles até Pagani com menos de uma hora de viagem me deixaria a 24 quilômetros da casa dele. Ele foi o primeiro fora da família a receber a notícia, e começou a traçar planos e maneiras de nos encontrarmos quinzenalmente, ora eu indo a Ravello, ora ele vindo a Munique.

– Depois de algum tempo podemos pensar até em nos casar! Acordar todos os dias ao seu lado é o meu maior sonho, Jens! Já pensou, nós dois juntos, o tempo todo? – dizia ele a cada telefonema que trocávamos.

Eu pensava sim, pensava nisso com o maior carinho, pensava naquele homem que conseguiu penetrar tão profundamente no meu coração em tão poucos dias de convivência, que não saberia como tirá-lo de lá. Vencido o prazo dado pelo meu diretor, respondi que me transferiria com ele para a matriz e lhe estava extremamente grato pela oportunidade.

Chegara, portanto, o momento de comunicar aos amigos da minha transferência para a Alemanha, pois restavam apenas seis semanas para a efetivação da mudança.

– Como é, você vai me deixar? O que deu em você, Jens? Você não pode fazer isso comigo! E só me avisa agora, na última hora que está indo embora? Eu não acredito! – despejou, ressentido e zangado, o Piero quando lhe dei a notícia.

– Eu não estou te deixando! Você fala como se eu estivesse rompendo um relacionamento. Eu estou me mudando para uma nova oportunidade de trabalho fora do Brasil, só isso. – retruquei.

– E não está? A nossa amizade por acaso não é um relacionamento? Se não é, é o que então? Cazzo, Jens, você não pode me deixar! – ele estava inconformado, como se o mundo estivesse desabando sobre seus ombros. – É por causa daquele farabutto, não é? Vão ficar mais perto um do outro, vai ficar bem mais fácil de ele te foder; afinal, são apenas poucas centenas de quilômetros de distância. Você não consegue esquecer o testa di cazzo, é isso! Avrei dovuto farla finita con quel pezzo di merda! (= Eu devia ter acabado com aquele filho da puta!) – bradou agitando os punhos cerrados.

– Você ficou doido, ou que se passa? A minha transferência nada tem a ver com o Alex! É uma questão puramente profissional! – retorqui determinado. – Admito que estar mais próximo dele vai ser uma coisa legal, mas ainda assim, são mais de 800 quilômetros nos separando.

– Está vendo, eu sabia! Você mesmo está admitindo que vai me deixar para ficar com aquele stronzo! Não sei se quebro a sua cara aqui e agora ou se deixo para pegar os dois numa ida rápida até a Itália para esse fim! – eu começava a achar que ele tinha surtado.

– Do que você está falando, seu maluco? Você está chapado, Piero, ou o que está acontecendo com você? – não dava para reconhecer aquele Piero transtornado que estava caminhando agitado de um lado para o outro na minha frente e falando coisas completamente sem sentido.

– Está acontecendo que sempre foi você, Jens! Será que você não entende, porra? Sempre foi você, ninguém mais! Caralho, Jens, eu aguentei ver aquele sujeitinho fodendo seu cu, mas não vou suportar perder você, é tão difícil de entender algo tão simples, seu puto? – quanto mais ele falava, menos eu entendia o que estava acontecendo.

– Olha como fala comigo, Piero! Estou cansado de ouvir você me chamando de puto, quando você sabe muito bem que eu só transei com o Alex porque rolou uma química muito forte entre nós. Eu já te disse que ele foi o primeiro cara que me assumiu e não fez segredo disso. Você acha que sou um puto devido as vezes em que nós transamos e acha que eu faço isso com todo cara que conheço, mas não é assim e você sabe! – devolvi

– Sempre foi você! – exclamou desolado

– Sempre fui eu o quê, Piero?

– Eu te amo, seu porra! Entendeu agora? Eu te amo, caralho! Sempre te amei desde o dia em que nos conhecemos no colégio! Será que é tão difícil perceber o quanto eu te amo, seu puto do cacete? – os olhos dele nadavam em lágrimas, eu estava tão estarrecido e surpreso que nem sabia o que falar. – Agora você entendeu, não foi?

– Eu … eu … eu … você, isto é, … você nunca disse nada, você é maluco, você não diz coisa com coisa! – balbuciei confuso

– Pensei que um dia você ia se tocar, que me diria que queria ficar comigo, que também me amava. Mas, o que foi que você fez, saiu procurando machos por aí, quando tinha um apaixonado por você o tempo todo do lado! – confessou

– Não sei o que dizer! Estou tão surpreso que nem sei o que pensar! – devolvi sincero.

– Diga que não vai se mudar para a Alemanha, diga que vai ficar comigo, diga que me ama e que não vai me deixar! – retrucou

– Piero, não é bem assim que as coisas funcionam! Você sempre foi um maluco! Nunca se sabe o que se passa nessa tua cabeça de jerico! Eu tenho que pensar no meu futuro, na minha carreira, nas coisas que quero na vida! Não posso ficar à mercê de um doido que, de vez em quando, resolve me procurar e me leva para a cama quando está com tesão, depois faz como se nada tivesse acontecido e, pior, que sai espancando todo carinha por quem me interesso. Eu quero alguém centrado, que assuma um relacionamento, que queira compartilhar a vida comigo, e não um amalucado que não sabe o que quer. – afirmei

– Eu sei o que quero! Eu quero você, porra!

– Você só me quer agora porque está prestes a me perder, mas eu te prometo que vamos continuar sendo amigos, mesmo à distância isso é possível.

– Não quero ser seu amigo, caralho! Quero ser seu macho! Eu sou seu macho desde o dia que tirei seu cabaço, só você não se deu conta disso! – garantiu.

Eu me espantei com a afirmação dele, não fazia ideia de que ele sabia que tinha sido o primeiro com quem tive relação sexual, de que tinha me desvirginado. Eu nunca revelei isso a ele. Também não lhe contei muita outra coisa, e isso de certa forma pesava um pouco na minha consciência; como o fato de também ter transado algumas vezes com o Vito, pois sabia que isso acabaria com a nossa amizade.

– Eu preciso de um tempo, Piero! Eu tinha tudo planejado, está tudo acertado, e agora você solta essa bomba em cima de mim esperando que eu largue tudo e acredite no que está me dizendo. – minha cabeça rodopiava, todas as certezas que eu tinha já não existiam mais.

Eu não ia revelar nada ali naquele momento, mas fui apaixonado por ele desde a primeira vez que nos vimos, foi por isso que o deixei me descabaçar, foi por isso que suportei a ranhetice dele, as crises de ciúme, seu jeito rude de cuidar de mim, enfim tudo. Contudo, a inconstância dele, a falta de uma palavra que me desse a certeza de estar sendo correspondido nessa paixão, criou essa situação bizarra na qual me encontrava.

– Não vá! Fica comigo! Eu te assumo, faço tudo o que você quiser, mas não vá! – prometeu.

– As coisas não funcionam assim, Piero! Eu preciso pensar, preciso que me deixe pensar! – afirmei

– Não posso! Você vai embora e eu não posso deixar isso acontecer! A minha vida sem você não faz sentido! – exigiu ele, tomando minhas mãos entre as suas e as apertando com força.

– O que não faz sentido é você me contar tudo isso agora, às vésperas da minha partida! – devolvi.

No mesmo dia ele contou tudo ao Vito que não tardou a me procurar. Eu já esperava por isso, ambos sempre estavam em conluio e não seria diferente diante dessa situação. O Vito foi menos dramático, porém não menos insistente e exigente em sua imposição para que eu desistisse da transferência. Ao contrário do Piero, ele me tinha mais como um amigo com vantagens sexuais para os momentos de carência afetiva, não como alguém por quem estava verdadeiramente apaixonado. Suas crises e demonstrações de ciúme estavam mais ligadas a eu vir a me apaixonar pelos caras com quem trepava, algo que ele não queria perder. Foi mais fácil lidar com ele, embora não o tenha convencido a aceitar minha ida para a Alemanha.

– Nisso o Piero está completamente certo, você só está aceitando essa transferência por causa daquele sujeitinho italiano. Não sei que porra esse cara fez com você para te deixar tão enfeitiçado pelo caralho dele. – afirmou

– Você é outro maluco! Acha que sou tão inconsequente a ponto de mudar toda a minha vida só por causa de um homem com quem estive por algumas semanas? Eu faria isso sim, mas tendo a segurança de que ele me ama de verdade, que existe uma possibilidade de termos uma vida conjunta. O Alex tem tudo para ser essa pessoa, mas ainda precisamos nos conhecer melhor antes disso acontecer. – garanti.

– Bem, se é disso que você precisa, não pode ter isso por aqui mesmo, sem se mudar para a Alemanha. – afirmou

– O que você quer dizer com isso? Vai querer me convencer de que está apaixonado por mim, que me ama, e nem sei quantas baboseiras mais para que eu desista da transferência? Sinto muito, já tentaram esse golpe, não colou! – retruquei

– Eu não, mas o Piero sim!

– O quê?

– Isso mesmo que você ouviu! O Piero é apaixonado por você, e faz muito tempo! Acredito que até dos tempos do colégio. – revelou

– Foi ele quem te mandou falar isso, não foi? Os dois estão aliados outra vez para me fazer desistir dos meus objetivos só para satisfazer os caprichos de vocês. Conheço essa tática, vocês a vem usando faz anos.

– Não é nada disso! Me escuta, estou te dizendo que o Piero é paradão na sua, que gosta de você há anos, enfim, que é um trouxa apaixonado por você, mas que não admite porque acha que você nunca vai corresponder aos sentimentos dele. – eu estava novamente perplexo com essa informação.

– Eu não acredito! O que vem de você ou do Piero não dá para sair acreditando, seria muita ingenuidade. – afirmei

– Pode acreditar! Ele mesmo me confessou, faz algum tempo. E foi por isso que eu nunca contei nada para ele sobre o que houve entre nós. Ele ia ficar puto comigo e nossa amizade estaria terminada. Também vou te pedir para nunca contar a ele das vezes em que transamos, não ia prestar, pode estar certo. Espero que esse seja um segredo só seu e meu. – disse ele

Eu já desconfiava de que o Piero e o Vito nunca tinham feito comentários entre si sobre as vezes que transaram comigo, havia sinais de que um não sabia que o outro já tinha me enrabado algumas vezes, por isso a amizade continuava tão sólida. E, talvez também por isso, faziam o papel de ciumentos com relação a qualquer outro carinha que se aproximasse de mim.

– Converse com ele, não vá embora e o abandone, ele vai sofrer muito se você se for e, principalmente, se for para ficar se encontrando com aquele carcamano. O Piero simplesmente o odeia porque ele te conquistou nas fuças dele, e você se deixou levar. – afirmou

– Eu não me deixei levar! O Alex me deu em alguns poucos dias o que nenhum outro homem me ofereceu, inclusive o Piero e você! Vocês só estavam interessados na minha bunda, no prazer que encontravam nela, na atenção e no carinho com os quais sempre tratei vocês. Nunca quiseram um compromisso. – devolvi

– Já tínhamos um compromisso! Cuidar de você, dar umas trepadas, receber seus afagos sem ter que sair por aí de mãozinhas dadas.

– Isso não é compromisso, é se aproveitar de mim. E as garotas com as quais vocês namoraram nesse período, e os carinhas com os quais vocês também transaram, que eu sei que vocês transaram, não adianta mentir. Que compromisso é esse que lhes dá a liberdade de trepar com quem quiserem a hora que desejarem?

– Você também não foi nenhum santo! Teve o Tadeu, e sabe-se lá quantos outros mais.

– Eu namorei o Tadeu, não fiz nada escondido. Até vocês dois o espantarem! E, só para esclarecer, não teve outros mais. Foram vocês dois, o Tadeu e o Alex, ninguém mais, entendeu?

Eu estava fazendo 28 anos, e meus amigos resolveram fazer dessa comemoração também a minha festa de despedida, uma vez que faltavam apenas duas semanas para eu me mudar para a Alemanha. Foi o Piero quem organizou a festa na casa dele convidando toda a galera. Ele andava esquisito desde que soube da minha transferência, não escondia sua tristeza, o que me fez estranhar aquela festa. Também estava diferente no trato comigo, nunca estivera tão carinhoso, tão cheio de cuidados e não me provocando como costumava fazer por qualquer coisinha. Porém, o que mais chamou minha atenção, foi ele falar pouco quando estava comigo, especialmente quando estávamos a sós. Ele nunca foi disso, falava pelos cotovelos, mal me dando a chance de abrir a boca.

– O que deu em você? Está muito estranho! Qual é a dessa festa? Nunca gostou que eu comemorasse meus aniversários cercado de muitas pessoas. – comentei

– É seu aniversário, não é? Está nos abandonando, resolvi fazer um bota-fora, o que tem demais?

– É que não faz o seu estilo!

– E qual é o meu estilo? O do cara que deve aceitar que está sendo abandonado sem fazer nada?

– Pare de falar que eu estou te abandonando, Piero! Você sabe muito bem que não é nada disso!

– É o que então? Eu te pedi para não ir, te implorei, para ser mais exato. Eu disse que estou apaixonado por você, que faço tudo o que você quiser para ficar comigo. Adiantou alguma coisa? Você está me abandonando sem ao menos me dar uma chance. – eu começava a acreditar que ele estava falando sério, e isso complicava tudo, pois eu gostava daquele safado muito mais do que gostaria.

– Não dou duas semanas depois de eu partir para você se enrabichar por alguém! Não vou fazer falta! – era disso que eu precisava me convencer, ou não conseguiria deixá-lo.

– Não vou me enrabichar por ninguém! Eu já disse, foi sempre você, só você, ninguém mais! Não quer acreditar em mim, não acredite! Não é você quem vai sofrer, não é mesmo?

– Chantagista barato! – retruquei zombando. Ele continuou sério, de cara amarrada, magoado com o que eu disse. Será que esse safado está mesmo apaixonado por mim? Mas que merda! Por que ele nunca falou nada durante todos esses anos?

Despedir-me dos amigos estava sendo mais difícil do que eu havia imaginado. No final da festa, quando as pessoas estavam se retirando, acabei chorando junto com alguns quando nos abraçamos. Estava se formando um vazio dentro de mim, com o qual eu talvez não pudesse lidar com a facilidade que pensei. Quando o Vito se foi, ficamos apenas ele e eu, começou aí a parte mais dolorosa de toda aquela despedida.

– Também vou indo, obrigado pela festa! Foi muito gentil e atencioso da sua parte. – afirmei quando me preparava para ir para casa.

– Falta pouco para amanhecer, fica aqui comigo, só mais um pouco. – pediu ele, aproximando-se de mim e me encarando com o olhar triste.

– Ok! Assim te ajudo a arrumar toda essa bagunça.

– Não quero que arrume nenhuma bagunça, quero que me beije, que venha comigo para a cama, que me deixe entrar em você e me abrace. – devolveu me seduzindo

– Não sei se é uma boa ….. – antes de concluir a frase a boca dele cobriu a minha num beijo tão quente e voluptuoso que fez minhas pernas tremerem.

Tentei argumentar mais algumas vezes, mas ele não me deixava falar, metendo sensualmente a língua na minha boca e passeando com suas mãos vorazes pelo meu corpo, até enfiar uma delas dentro da minha calça e bolinar com as minhas nádegas. Eu nunca conseguia resistir às investidas desse descarado gostoso e másculo, e sempre me perguntei porquê. Bastava ele me puxar para junto dele, passar aqueles braços ao redor do meu corpo, fazer aquela carinha de cachorrinho abandonado para eu perder o foco, e só pensar em acarinhá-lo. Foi assim que ele conseguiu me desvirginar, era assim que ele conseguia tudo o que queria comigo.

– Amo você! Vem comigo, vou te provar! – sussurrou junto a minha orelha enquanto me levava para o quarto.

– Não faz isso, Piero! Não faz, por favor! – supliquei, pois já não sabia mais se queria aquela transferência, se conseguiria viver longe dele.

– Fazer o quê?

– Você sabe!

– Não, não sei! Fala para mim que não quer, Jens, fala! Fala para mim que não adianta eu insistir para você ficar comigo, fala! – ronronava ele, mordiscando meu lábio e amassando meus glúteos com o tesão o incendiado.

Ele se livrou da camiseta, desnudando seu tronco maciço e viril, o que me deixava desnorteado. Pegou uma das minhas mãos e a levou sobre os pelos do tórax quente e agitado pelo tesão. Ele me encarava sem dizer nada, só esperando eu ceder, o que eu relutava em fazer. Tornou a me beijar, esfregando todo seu corpo no meu, e me fazendo sentir sua ereção. Minha respiração começava a acelerar, eu estava perdendo o controle para aquela boca saborosa e aquelas mãos que não me soltavam. A mesma mão que estava espalmada sobre o peitoral dele, ele levou lentamente sobre sua ereção enorme.

– Tira ele e põe na boca, Jens! – murmurou sedutor

Fechei a mão e senti a verga latejando, meu cuzinho a desejava mais do que tudo, e eu a tirei de dentro da calça; estava toda melada e libidinosamente agitada. Percebendo que eu já não ia mais tentar escapar daquela situação, ele tirou a minha camiseta e começou a lamber meus mamilos. Era o que faltava para eu me render ao tesão que agitava todo meu corpo. Minha calça e cueca caíram emboladas ao redor dos meus pés, a bunda nua estava nas mãos dele e, em poucos instantes, ele sabia que eu inteiro estaria em suas mãos. O biquinho de um dos mamilos estava aprisionado entre os dentes dele, tracionando-o, enquanto uma das mãos deslizava para dentro do meu reguinho. Eu me segurava a ele pelos ombros, beijando seu rosto e seu pescoço. Os dedos dele acariciavam minha fenda anal, tateando sobre as pregas excitadas pelo tesão. Algo em mim o fez saber que eu estava pronto, então ele me fez sentar na beira da cama e pincelou o cacetão melado no meu rosto, ao mesmo tempo em que eu aspirava o cheiro másculo de sua virilha e pré-gozo.

– Põe na boca, Jens! – repetiu ele. Eu obedeci.

Mamei-o com todo empenho, o caralhão dele era delicioso, e ele sabia o quanto eu gostava de chupar sua jeba grossa. Com o máximo da pica na boca, eu a mamava, enquanto a minha mão segurava o sacão, o amassava e tracionava como se eu estivesse ordenhando as tetas de uma vaca, ele grunhia, prendia minha cabeça e socava o cacetão na minha garganta, um urro gutural precedeu a ejaculação e em instantes eu estava com a boca cheia de porra engolindo um jato atrás do outro.

O pauzão nem chegou a amolecer quando ele me pôs de quatro sobre a cama. Abri bem as pernas ficando de joelhos e empinando a bunda, tão alucinado estava para levar aquele tronco no rabo. O Piero meteu um polegar na minha fenda anal e eu gemi o nome dele. Me virei para trás quando o senti me puxando pelas ancas contra sua virilha. Uma pincelada rápida ao longo do rego lisinho e aberto colocou a cabeçorra na portinha corrugada do meu ânus. Segurei a respiração, ele forçou a rosquinha que começou a se abrir como o desabrochar de uma flor. As pregas se distenderam, mas estavam longe de permitir a passagem da chapeleta estufada dele. Ele forçou mais uma vez, empregando mais força, meu ânus estava seco demais e a glande não entrou no meu cu. Ele a pincelou mais algumas vezes liberando mais pré-gozo sobre a rosquinha até a deixar toda melada. Cuspiu no meu cu. Eu já não sabia se segurava a respiração, se inspirava profundamente para captar mais ar que me faltaria quando o cacetão me invadisse, ou se gemia de tanto tesão que estava sentindo. O Piero apontou outra vez o pauzão sobre a fenda e o empurrou bruscamente, a chapeleta trespassou os esfíncteres que se rasgaram e eu gani alto. Ele estava dentro, estava engatado no meu cu, me segurando firme pelos quadris. Tomei ar, relaxei a musculatura anal e de todo baixo ventre, empinei mais o rabo, gemi de tesão e contraí os esfíncteres apertando aquele intruso pulsante.

– Piero! – gemi todo licencioso e devasso

– Fala para mim que quer o Piero, Jens, fala! Pede o seu Piero que ele vai te dar tudo o que você quiser, pede, Jens! – sussurrava ele entre os dentes cerrados.

– Piero! – repeti suspirando. No mesmo instante ele me puxou para trás e impulsionou sua pelve para frente, o caralhão deslizou fundo em mim até o sacão encostar no meu reguinho apartado. Um ganido único e lancinante ecoou pelo quarto, e ele já pulsava nas minhas entranhas rasgadas.

O que ele queria com aquilo? Teve anos para me provar que gostava de mim, por que só agora? Questionava-me eu enquanto ele bombava meu cuzinho com vigor fazendo-me perder todas as certezas que eu tinha. Não era apenas aquele cacetão deslizando num vaivém cheio de tesão que estava me deixando confuso, era o arfar dele junto com promessas e juras de amor que o pilantra não parava de ronronar ao mesmo tempo que chupava minha nuca. Espasmos percorriam meu corpo que ficava cada vez mais languido, mais entregue aqueles braços que o envolviam e, aquele peitoral peludo que roçava minhas costas. Em êxtase, tomado pelo prazer, comecei a gozar, eu havia me segurado o quanto pude, não queria que ele me visse gozando, pois isso lhe daria a certeza de que estava mexendo com tudo em mim.

– Isso Jens, goza! Sente o teu macho e goza! Você consegue gozar tão gostoso com outros machos, Jens? Me conta a verdade, nenhum te fez gozar tão gostoso quanto eu, não é?

– Ai Piero! – o sacripanta estava certo, ele é quem sempre me fez ter os melhores orgasmos, os mais prazerosos, os mais libertadores; só que eu não ia confessar isso a ele, não quando estávamos a poucos dias de nos separar definitivamente.

Ele já estava me fodendo há uns vinte minutos, aquele coito parecia não ter fim. Não sei como ele estava conseguindo adiar tanto o clímax, demorando para se despejar em mim. Quando ele dava uma estocada mais profunda e mantinha o cacete por uns instantes parado lá dentro, eu contraía os esfíncteres fazendo minha rosquinha anal mastigar seu falo grosso. Ele murmurava meu nome, mordia a pele do meu ombro e esmagava os biquinhos dos meus mamilos entre os dedos, e eu gemia sensual para excitá-lo ainda mais. Foi numa dessas que o caralhão inchou no meu rabo, o corpo dele estremeceu colado ao meu e sobreveio o urro rouco que precedeu o gozo. Ele todo tremia e liberava os jatos de esperma me inseminando as entranhas com seu néctar viril.

Tínhamos ficado engatados por quase meia hora, meu cuzinho estava tão esfolado que não parava de arder. O Piero foi puxando o cacetão lentamente para fora do meu rabo, deixando uma enorme sensação de vazio e um rombo vermelho vivo que ia se ocluindo com contrações cadenciais, até não restar mais do que um diminuto orifício intumescido e sangrento. Foram pouquíssimas as vezes que sangrei após um coito, duas ou três, todas sempre com o Piero, a começar por aquele com o qual ele me descabaçou. E isso sempre me deixava constrangido, era como se aquele sangue denunciasse a minha fragilidade, me fizesse parecer menos homem, desse a supremacia a ele.

– Você não devia ter feito isso! Olha como me deixou, seu bruto! – exclamei entre ligeiramente revoltado e envergonhado, pois ele não tirava os olhos do meu reguinho lanhado.

– Você fica ainda mais lindo quando me demonstra que sou seu macho! Que sou o macho que te fragiliza só para poder te oferecer segurança. – disse ele

– Você fala cada bobagem, Piero! Não sei porque ainda te dou ouvidos!

– Porque me ama! Me quer e me reconhece como seu macho, mas não admite! – esse safado podia estar certo.

Ficamos conversando na cama até o alvorecer, deitados entrelaçados um nos braços do outro. Ele não insistiu mais para eu desistir de tudo, parecia conformado com o rumo que nossas vidas tomariam dali em diante, longe um do outro. De quando em quando ele deslizava a mão sobre as minhas nádegas e me fazia lembrar que meu cuzinho estava dolorido e encharcado com sua porra.

– Tenho que ir! Isso não devia ter acontecido, você bem sabe! – afirmei, ao me levantar e seguir rumo ao banheiro para lavar o reguinho melado de esperma e sangue.

– Por que diz isso se gostou tanto? Sabe que não vai encontrar outro cara que te faça tão feliz e realizado quanto eu, não sabe? – indagou. Eu não respondi, não ia confirmar que sim, para não complicar ainda mais aquela despedida.

Sob a ducha, a inquietação no meu corpo continuava, o sêmen morno formigando no ânus, a ardência, os chupões marcados na minha pele branca, os biquinhos dos mamilos tão inchados que haviam dobrado de tamanho e ainda pareciam estar sentindo os dedos dele amassando-os despudoradamente. Só ele mexia tanto comigo, só ele me deixava naquele êxtase que parecia não ter fim. Com os olhos fechados, deixava a água morna cair sobre o rosto e escorrer sobre a pele, mas ela não carregava consigo aquela inquietação perturbadora. Minha mão ensaboada quase sumia entre as bandas carnudas da minha bunda, afundando dentro do rego, quando eu a movia para lavar a porra e o sangue do ânus. Quando voltei a abrir os olhos ele estava ao meu lado sob a ducha, com o caralhão novamente duro formando um ângulo de noventa graus com suas coxas. Ele puxou a minha mão para fora do rego e enfiou a dele, fazendo o mesmo movimento lento e sensual para roçar meu anelzinho pregueado e excitado. O que deu nesse cara, de onde surgiu tanto fogo, tanta necessidade de copular como se estivéssemos em alguma estação de acasalamento?

– Não, Piero, melhor não! – balbuciei quando ele me abraçou por trás, esfregou sua ereção nas minhas nádegas e sussurrou o pedido para eu deixá-lo entrar em mim. – O que se passa com você? Parece um tarado!

– Quero meu Jens! Que mal há nisso? – ronronou sedutor, me instigando a empinar a bunda contra sua virilha.

Ele enfiou devagar, os esfíncteres recém laceados foram se abrindo mais facilmente, e deixaram o tronco maciço de carne latejante entrar no meu casulo anal esfolado. Nem foi preciso ele bombar, o caralhão parecia conhecer bem o caminho que o levava às profundezas do meu cuzinho onde encontrava alento e prazer. Precisei apenas rebolar um pouco de vez em quando para que ele escorregasse progressivamente para dentro de mim, até eu sentir os pentelhos e o sacão do Piero encostados na porta do meu cuzinho distendido. Gemi quando a cabeçorra comprimiu minha próstata, causando uma leve dor.

– Estou sensível, Piero! Acho melhor você tirar, já se aproveitou muito de mim. – sentenciei, embora a quentura daquele caralhão pulsando no meu cu me fizesse desejar que ele nunca saísse de dentro de mim.

– Tem certeza? Parece que esse rabão gostoso não tem a mesma opinião! – sussurrou convencido pelos espasmos com os quais minha musculatura retinha seu falo em mim.

– É sério, Piero, estou esfolado e muito sensível! Tira, por favor. – anunciei.

– Quem manda você ser tão tesudo? Sou louco por você, quero você, Jens! – devolveu, sem atender meu pedido. – Volta para a cama, anda! – ordenou, afundando ainda mais o cacete no meu cu.

– Estamos completamente molhados, ficou maluco! Não vou conseguir andar com esse troço enorme entalado no meu cu!

– Vai para acama, meu tesão! Não vou tirar meu pau do seu cu, não adianta pedir. Você vai ser meu.

Saí do box em direção ao quarto, deixávamos um rasco molhado pelo chão com os corpos grudados e pingado. A cada passo aquela benga dura se movia nas minhas entranhas me excitando e me fazendo sentir todo seu tamanho e potência. Era como se estivesse andando com um cassetete enfiado no rabo. Chegando aos pés da cama, ele liberou meu tronco e me mandou ficar de quatro.

– Vai engatinhando devagar, travando o cuzinho para não deixar meu pau escapar. – ordenou com a respiração acelerada pelo tesão crescente.

– Piero, seu maluco! Você está impossível! Andou tomando alguma droga para ficar desse jeito, parece um bicho de tão tarado! – afirmei

– Minha única droga é você, é de você que eu vivo, é de você que eu preciso! – devolveu ele.

Fui me inclinando lentamente, abrindo bem as pernas e assumindo a posição que me deixava mais vulnerável e submisso. O pauzão dele não escorregou para fora do meu cuzinho, eu o envolvi com a musculatura anal.

– Bom menino! É assim que eu gosto! Agora pede para eu te foder, Jens! Fala, me fode meu macho, eu quero você, fala Jens! – ordenou

– Me fode Piero! Me fode, mas não seja bruto, já estou muito machucado. – balbuciei. Nem eu mesmo estava mais conseguindo controlar meu tesão.

Ele se empurrou para dentro de mim, precisei ganir, pois um repentino e forte espasmo contraiu toda minha musculatura pélvica como se quisesse fechar meu cu e bloquear a entrada de qualquer intruso, especialmente um daquele tamanho.

– Ai Piero! Ai, ai, meu cu, Piero! – gani. Ele agarrou minhas ancas e começou a foder, gemendo feito um touro insaciado, impulsionando a pelve contra a minha bunda polpuda e durinha, dando vazão ao tesão que o consumia.

– Você já sentiu isso com outro macho, Jens? Aposto que não! Por que seu macho sou eu, Jens! Sou eu quem vai te fazer feliz, sou eu quem vou cuidar de você para sempre. Ninguém mais, Jens, ninguém mais!

Por uns instantes pensei que ele estivesse tendo um surto, pois metia com tanta força e brutalidade o pauzão no meu cuzinho que pensei que ia me rasgar ao meio. Então gritei e me deixei foder sabendo que ele seria meu homem para todo o sempre, mesmo que não ficássemos juntos, eu o amaria até o último dos meus dias. Não demorou muito e ele começou a se retesar, deu uma última socada no meu cu; estremeceu e se despejou novamente em mim. De onde vinha tanta porra, perguntei-me, enquanto ele inundava meu rabinho rasgado até o sêmen esbranquiçado e leitoso começar a vazar do meu cu.

De todos os meus amigos, ele foi o único a não vir se despedir de mim na véspera da minha partida. Perdi-o para sempre, concluí. Foi por isso que ele trepou tanto e tão intensamente em nosso último encontro. Aquele foi o jeito que ele encontrou de me dizer adeus e, ao mesmo tempo, deixar sua marca gravada para sempre na minha memória.

Estava completando seis meses desde que assumi meu novo cargo na Alemanha. A adaptação ao país transcorreu sem grandes dificuldades, eu já havia vindo muitas vezes para cá desde a infância. Contudo, parecia que quanto mais tempo se passava, mais saudades eu sentia do Piero. De uma hora para outra ele havia se tornado muito importante, para não dizer imprescindível na minha vida. Que raios estava acontecendo comigo que eu não conseguia esquecer esse cara que nunca quis fazer parte da minha vida, exceto quando soube que me perderia para todo sempre? Havia dias em que a saudade era tanta que eu me pegava com as lágrimas escorrendo pelo rosto dentro do carro a caminho ou na volta do trabalho. Havia noites em que acordava agitado tateando sobre a cama para ver se ele, por acaso, não estaria deitado logo ali, ao meu alcance, pronto para receber uma mamada naquele caralhão, ou se deixar cobrir com meus beijos e carícias. Mas, invariavelmente a cama estava vazia e fria, então vinha o choro que não conseguia segurar. Tomei a decisão errada, deduzia eu, não devia ter aceito a transferência, devia ter ficado ao lado dele até o dia em que espontaneamente ele quisesse ficar comigo, devia tê-lo seduzido, transado mais com ele, mostrado o quanto o amava. Havia dias, especialmente quando começou o inverno e tudo estava coberto de neve e os ossos regelavam até a medula, em que pensava em pedir para voltar ao meu antigo cargo ou, pedir demissão e voltar ao Brasil.

O dia anterior tinha sido um desses, era meados de fevereiro, uma sexta-feira, chovia e a neve suja e cinza que cobria as ruas tornava tudo mais melancólico. Também tinha sido um dia estafante quando cheguei em casa bem depois do horário habitual. Por conta disso tudo, permaneci da cama no sábado até mais tarde, me espreguiçando e relembrando que nessa época costumava estar na casa de praia, trajando uma sunga com a qual o Piero e o Vito estariam reclamando por deixar minhas nádegas muito expostas. Podia quase ouvir as frases daqueles dois, quando a campainha tocou. Quem seria o maluco a sair tão cedo de casa num dia como esse? Questionei-me quando fui abrir a porta.

O táxi que o trouxera já estava de partida, e lá estava ele, parado com um sobretudo grosso e uma ridícula toca de lã na cabeça, com duas malas enormes de cada lado, e com aquele sorriso bobalhão que o deixava tremendamente sexy.

– Piero? – assim que pronunciei seu nome comecei a chorar.

Corri até ele e saltei em seu pescoço. Seus braços se fecharam ao meu redor e me apertaram contra o tronco, de onde vinha um batimento acelerado do coração.

– Vai me deixar congelar de frio aqui fora, ou vai me deixar entrar, seu alemãozinho tesudo? – questionou, sem perder tempo cobrindo minha boca com a dele, num beijo devasso e amassando meus glúteos que estavam cobertos apenas pela calça do pijama.

– O que faz aqui, seu maluco? Por que não avisou que vinha? – perguntei

– Quis fazer uma surpresa! Vim ficar com você! Não era isso que cobrava de mim, mais atenção, um compromisso sério, demonstrações apaixonadas, pois terá tudo isso de agora em diante. – respondeu. Pedi que me beliscasse, eu ainda devia estar sonhando, não podia ser real.

Ele me beliscou a bunda, voltou a colar a boca na minha e arrastou as malas pesadas para dentro comigo pendurado em seu pescoço, pois eu não queria soltar daquele corpão, acordar, e perceber que tudo não passava de um sonho.

– É com toda essa euforia que você abre a porta para os homens que vem te visitar? É a primeira coisa que precisa mudar de agora em diante! – disse ele, com aquela voz grave que ressoava fundo na minha alma.

– Bobalhão! É claro que sim, afinal não tem tantos homens gostosos assim dando sopa por aí! – respondi para provocá-lo.

– Estou vendo que tenho que te aplicar um corretivo agora mesmo, seu putinho safado! – exclamou, sem disfarçar o tesão que estava sentindo, nem a ereção que havia se formado sob a calça.

– Aproveite então, porque a cama ainda está quente! – devolvi lascivo e sedutor.

– Ah, Jens! Tive pelo menos uma dúzia de ereções no avião pensando na hora que teria você em meus braços, seu puto tesudo!

Enquanto o beijava e afagava seu rosto cansado e barbudo, fui arrancando as roupas daquele corpão que ia surgindo e me deixando com tanto tesão que meu cuzinho não parava de piscar. O safado ia se aproveitando da minha bunda, amassando-a dentro do pijama e sentindo a quentura das nádegas lisas. Puxei-o sobre mim na cama, pronunciei o nome dele uma porção de vezes, encarando-o cheio de desejo. Ele nem me deixou fazer um boquete descente, estava com tanta urgência atormentando sua sanha que queria enfiar logo o pauzão no meu casulo quente e úmido. Eu ainda me virei ligeiramente de lado, abri as pernas, empinei o rabo e o encarei com um sorriso impudico, convidando-o a me cobrir. O caralhão entrou com um único e poderoso impulso, eu gritei e ele abraçou meu torso me dominando.

– Ah, tesão do caralho, não tem nada mais gostoso do ouvir esses seus gritos ou ganidos quando te penetro, é o que me dá a certeza de que você é meu, Jens! Todinho meu, seu putinho safado! Geme para o teu macho, geme veadinho tesudo! Geme e me pede para ser seu macho! – grunhia ele, enquanto se empurrava todo para dentro de mim, me empalando com meu mastro cavalar.

O Piero veio para ficar comigo, tinha planejado tudo e decidiu abrir um comércio na cidade com a grana que tinha juntado, uma vez que tinha experiência com o comércio da família no qual trabalhou depois de se formar. Eu não podia estar mais feliz, tinha-o para mim como sempre sonhei. Ainda se passaram alguns meses até ele abrir o restaurante voltado à comida italiana. Pude notar que ele estava bem diferente comigo, era bem mais carinhoso, gostava de fazer longas caminhadas aos finais de semana sempre de mãos dadas, me apresentava a todos como seu parceiro e fazia questão de não omitir o quanto eu satisfazia seus caprichos sexuais. A primeira vez em que me referi a ele, diante de uns conhecidos durante uma festa, como meu marido ele voltou rapidamente seu olhar sobre mim, me encarou com um brilho úmido nos olhos e o esboço de um sorriso abobalhado.

– Marido? É isso, eu ouvi direito? – perguntou, com a voz mais tímida que o normal.

– Sei que não somos oficialmente casados, mas isso não me importa. Eu te amo como meu marido Piero, te amo como meu homem! – respondi, diante do olhar perplexo das pessoas.

Deixamos a festa bem mais cedo do que o planejado, não conseguimos nos segurar, tínhamos que ir para casa e fazer aquelas palavras virarem realidade e, só havia uma maneira de fazer isso acontecer, nos amando e fundindo nossos corpos até eles se tornarem apenas um, respirando e pulsando cadenciados a um só tempo.

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